Breaking news

Médico rastreia celular furtado e descobre prédio em SP com centenas de alertas de aparelhos roubados


Rastreio foi feito após amigo ter o celular levado; rastreadores de outros aparelhos levados por criminosos apontavam para o mesmo local no Centro da cidade. Espaço foi alvo de busca e apreensão na terça-feira.

O médico do Rio Grande do Sul Henrique Lopes Pinho postou em redes sociais no domingo (26) uma localização com diversos alertas de celulares furtados em São Paulo. Após fazer o rastreio do aparelho furtado de um amigo, ele percebeu que a geolocalização possuía comentários de centenas de outras vítimas de furtos cujos celulares foram parar no mesmo imóvel, na região da Cracolândia.

Dois dias depois do post no Twitter, a Polícia Civil realizou uma operação para prender receptadores de celulares na região central da cidade.

O post de Pinho no Twitter foi feito após um amigo dele ter o celular furtado no festival Lollapalooza, no último final de semana. Ele contou que, ao fazer uma busca no Google Maps, encontrou outras pessoas falando que havia alertas de que os aparelhos furtados estavam no mesmo endereço: Rua Guaianazes, 56.

"Roubaram meu celular e o localizador apontou para este lugar", comentou uma mulher no Google Maps. "Ladrões de celulares, bandidos, deliquentes", dizia outro comentário.

Depois do post no Twitter, o médico gravou um vídeo publicado no TikTok relatando com mais detalhes o caso.

"Fui dar um Google no nome desse local e o resultado foi esse daqui: um monte de gente falando que o celular que foi furtado deles foi aparecer justamente nesse local. Não feliz, eu levei isso para o Twitter e aí mais gente apareceu que teve o celular furtado em São Paulo e o celular foi parar exatamente no mesmo lugar. E, cara, claramente a polícia sabe o que que é isso. Claramente a polícia sabe que esse é um local de receptação de itens que foram furtados e ninguém faz p* nenhuma."

O g1 SP apurou que uma operação realizada nesta terça-feira (28) pela Polícia Civil teve entre os alvos de mandados de busca e apreensão o prédio que fica na Rua Guaianazes, identificado como residencial.

Homem preso e celulares e carcaças apreendidos

Na operação foi preso um homem, além de apreendidos 53 aparelhos celulares, 130 carcaças de aparelhos celulares, além de iPhones e iPads.

A reportagem tentou entrar em contato com a empresa que seria responsável pelo prédio onde os celulares estavam, mas não obteve resposta.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou, por meio de nota, que "a 1ª Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur) informa que investiga os casos citados pela reportagem e que prendeu um suspeito em flagrante por furto de celulares durante o evento. As ocorrências na área externa são investigadas pelo 48º Distrito Policial (Cidade Dutra)."

"Uma equipe policial da 1ª Delegacia Seccional, responsável pela região central de São Paulo, vai ao local citado pela reportagem apurar os fatos e iniciar as diligências, incluindo no imóvel mencionado, visando à identificação de suspeitos e receptadores de aparelhos sem comprovação de origem, roubados e furtados."


Roubos e furtos de celulares

Dados divulgados com exclusividade pelo Monitor da Violência, do g1, em parceria com o Fantástico mostram que a cidade de São Paulo tem um registro de celular roubado ou furtado a cada 3 minutos. Foram mais de 200 mil ocorrências ao longo de 2022.

Os dados apontam que:

  • Foram feitas 202 mil ocorrências de roubo e furto de celular na capital em 2022.

  • Esse número representa uma alta de 12% em relação a 2021, quando foram feitas 179 mil ocorrências.

  • Uma parte considerável dos casos acontece na região Central da cidade. Os distritos policiais dos Campos Elíseos e Sé lideram o ranking do maior número de registros, com 11,4 mil e 10,2 mil, respectivamente.

  • A via da capital menos segura para os donos de celulares foi a Avenida Paulista, que teve 5,3 mil registros de roubo ou furto no ano.

  • A Paulista, inclusive, tem quase o dobro de casos que a segunda colocada, a Avenida do Estado (2,9 mil).

  • 3 a cada 10 casos acontecem no período da noite.

Nenhum comentário