Dólar sobe e fecha no maior patamar do ano em meio a ataques de Lula ao Banco Central
A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 5,2783, em alta de 1,59%.
O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (9) em alta, no maior patamar do ano até agora, apesar do movimento internacional de alívio da moeda. Os rumores de que a equipe econômica estaria avaliando uma revisão antecipada das metas de inflação do país também ficou no radar.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana subiu 1,59% a R$ 5,2783. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2793.
Na véspera, o dólar terminou o dia vendido a R$
5,1959, em queda de 0,06%. Com o resultado de hoje, passou a acumular uma alta
de 4,04% no mês e de 0,01% no ano. Na semana, o ganho acumulado é de 4,04%.
Variação do dólar em 2023
Cotação de fechamento, em R$
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O que está mexendo com os mercados?
Por aqui, as atenções ficaram voltadas para os rumores de que a equipe econômica estaria avaliando uma revisão antecipada das metas de inflação do país. A reunião do Comitê Monetário Nacional (CMN) que vai discutir a meta de inflação para 2026 está prevista para junho – mas poderá ser antecipada e rever as metas já estabelecidas para os anos anteriores.
Além disso, após mais uma rodada de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central, a expectativa é que a viagem do petista aos Estados Unidos, nesta quinta, traga um alívio da pressão.
No início da semana, o presidente fez novas críticas ao patamar de juros do Brasil, que é ajustado pelo BC. Na segunda, disse que o país tem uma "cultura" de juros altos. Na terça, o país não cresce por conta da Selic na casa dos 13,75% ao ano.
Ministros e técnicos do governo disseram ao g1 que as duras críticas do petista ao Banco Central e à autonomia da instituição estão acima do tom e atrapalham o trabalho da equipe econômica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, veio a público colocar panos quentes e dizer que a ata do Copom trouxe recado mais "amigável".
Por fim, para os parlamentares, não há "ambiente" para mudar as regras de autonomia do BC, algo que Lula havia sugerido na semana passada. A independência do BC foi estabelecida, por meio de lei, em 2021, e estabelece o mandato de quatro anos para o presidente do BC e tem como objetivo blindar o órgão de pressões político-partidárias.
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