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Real é a 2ª moeda que mais se valoriza em 2022; veja ranking




Apenas quatro divisas sobem ante o dólar numa cesta de 33 moedas principais; maior desvalorização é do peso argentino

Em um ano marcado por temores de recessão e uma inflação persistentemente alta globalmente, a maioria das moedas perde para o dólar em 2022, sejam desenvolvidas ou emergentes. Apenas quatro divisas ganham da moeda americana, e o real está entre elas.

Ranking elaborado pelo Valor Data mostra que, numa cesta com 33 moedas principais, o rublo lidera a lista com a maior valorização (+20,57%) neste ano até esta quarta-feira (19). Trata-se do efeito de rígidos controles de capital impostos pelo governo da Rússia diante das sanções econômicas consequentes da guerra na Ucrânia. Importações mais baixas e as receitas ainda altas das exportações de energia também impulsonaram a moeda russa.

Em segundo lugar na lista de valorizações, o real (+5,69%) se aprecia principalmente por causa do nível elevado dos juros no Brasil e da percepção de que a Selic deve ser mantida inalterada nos próximos meses. A eleição de um Congresso com perfil mais conservador contribui para o movimento.

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Completam a lista das moedas que avançam neste ano ante o dólar o peso mexicano (+1,90%) e o sol peruano (+0,07%).

O restante do ranking é formado por moedas desvalorizadas, tendo entre os destaques o iene (−23,27%), a libra (−17,03%) e o euro (−14,06%).

A moeda japonesa renovou nesta quinta-feira (20) sua mínima em 32 anos, alimentando as expectativas de mais intervenções no mercado de câmbio para conter a desvalorização . O iene sofre com as taxas de juros mantidas em território negativo pelo Banco do Japão (BoJ, o banco central do país) enquanto outros países promovem aperto monetário como forma de combater a inflação.

Já a libra atingiu no final de setembro sua mínima histórica sob efeito do pacote de corte de impostos anunciado pela nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss. Após a turbulência nos mercados provocados pela medida, o pacote fiscal acabou sendo revertido pelo novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt. Entretanto, após forte pressão, Truss renunciou hoje ao cargo, o que impulsiona a libra nesta sessão.

Em agosto, o euro caiu abaixo da paridade com o dólar. Pesam sobre a moeda comum europeia a possibilidade de uma recessão e a crise energética provocada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Outro destaque é o yuan (−12,18%). Em setembro, a moeda da China alcançou o nível mais fraco em relação ao dólar desde 2008. A pressão sobre a divisa chinesa ocorre por uma política monetária flexível em meio aos impactos das restrições contra a covid-19.

Na lanterna das cesta de moedas, com a maior desvalorização, aparece o peso argentino (−32,95%). A Argentina enfrenta uma série de desequilíbrios macroeconômicos e uma inflação que pode chegar a 100% este ano.

A segunda moeda que mais cai neste ano é a lira turca (−28,35%). Na contramão dos demais países, a Turquia vem cortando os juros mesmo com uma inflação anual de mais de 83%.


Rublo russo
20,57%
Real
5,69%
Peso mexicano
1,90%
Sol peruano
0,07%
Dólar de Cingapura
−5,36%
Dólar canadense
−8,16%
Rupia indonésia
−8,49%
Franco suíço
−9,31%
Rupia indiana
−10,24%
Ringgit malaio
−11,52%
Peso chileno
−11,97%
Shekel israelense
−12,06%
Yuan Renminbi chinês
−12,18%
Coroa tcheca
−12,54%
Rand sul-africano
−12,80%
Peso filipino
−13,49%
Baht tailandês
−13,52%
Leu romeno
−13,52%
Dólar australiano
−13,62%
Dólar taiwanês
−13,80%
Euro
−14,06%
Coroa dinamarquesa
−14,07%
Peso colombiano
−14,96%
Dólar neozelandês
−17,03%
Libra esterlina
−17,03%
Coroa norueguesa
−17,06%
Won sul-coreano
−17,07%
Zloty polonês
−17,74%
Coroa sueca
−19,28%
Florim da Hungria
−23,17%
Iene japonês
−23,27%
Lira turca
−28,35%
Peso argentino
−32,95%

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