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PERSEGUIÇÃO: Alexandre de Moraes determina que PF monitore padre Paulo Ricardo


 

Há um mês das eleições, polêmica envolvendo liberdade religiosa voltou a ser pauta nas redes sociais brasileiras

A conta do Padre Paulo Ricardo, sacerdote de Cuiabá que é famoso em todo o país, está sendo monitorada no Telegram por ordem do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, vem perseguindo conservadores sem lhes dá o direito a defesa.

Ao tomar conhecimento sobre o assunto, a UNIGREJAS emitiu uma nota de apoio ao padre que há quase seis meses tem enfrentado essa batalha.

“A UNIGREJAS manifesta seu apoio a todos produtores de conteúdo sob monitoramento no Telegram, em especial ao Padre Paulo Ricardo por ser um líder religioso, que não deveria jamais ter seus conteúdos vigiados pelo Estado”, diz: Espera-se que o STF reveja essa decisão que afronta o Estado Democrático de Direito, e que é totalmente contrária à prerrogativa constitucional de guardião de nossa Lei Maior”, completa.

O único porém é que isso já acontece desde março deste ano, quando o aplicativo inteiro de mensagens foi bloqueado no Brasil por ordem do mesmo magistrado, e propôs-se, para retornar a seu funcionamento regular, algumas medidas para controlar as tão temidas “fake news” ou os chamados “discursos de ódio” que circulariam na rede: uma dessas ações é a de justamente monitorar, manualmente, os cem maiores grupos da plataforma: e aqui entra o Padre Paulo.

Na última semana, recebi mensagens em tom assustado, cujo teor de alarme demonstrava que, agora sim, a coisa tinha ficado feia de vez: “É o cúmulo! Você acredita que até o Padre Paulo vai ser vigiado? Pré-censurado?“. E eu senti a corda apertando no pescoço, já que a verdade bem verdadeira é que todo “bom” católico espera, incerto apenas de quando virá, a chegada deste momento no Brasil: quando não será fácil praticar a religião e a fidelidade a ela tomará ares de crime.

E como sabemos que este dia virá? Porque a nossa história de dois milênios é cheia destes capítulos. Por experiência, sabemos bem do fato de que quando uma civilização enfrenta um declínio moral, ético e jurídico, as primeiras cabeças que rolam são as nossas: pois a Igreja no Ocidente é a própria provedora das noções da tal ética, moral e Direito.

Se odeiam essas coisas, odeiam-nos em princípio: e os sacerdotes que ficam, insistentemente nos sermões, a falar das coisas que não mais querem se ouvir ou praticar naquele lugar.

Padres se transformam na pedra no sapato dos bárbaros: homenzinhos inoportunos que apontam crime e castigo, mas também a doença e a cura para ela. Certa vez, lembro-me, Ciro Gomes fez a seguinte colocação: “Eu quero o fim da ilusão moralística católica. O fim da ilusão. A humanidade precisa de controle.“

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Embora seja difícil traçar certamente o que isso signifique na cabeça do atual candidato à presidência do Brasil, sempre pareceu-me mais próximo desta interpretação: uma oposição entre “moralística católica” e “controle da humanidade“. E, se quis dizer isso, Ciro estava bem certo no entendimento: de fato, quando desaparece esta moral que insiste na formação da personalidade individual, na necessidade de sermos bons, no perdão e na caridade, o único elemento restante capaz de segurar uma sociedade torna-se o controle da mesma.

Por A + B, temos então que a presença da Igreja Católica sempre foi, e sempre será, o entrave principal enfrentado por todo e qualquer projeto de “controle social“, que se dá, na verdade, através do controle da vida das pessoas: eu e você. Com isso, finalmente entendemos o porquê de tantos papas terem condenado abertamente ideologias como o comunismo, desde o seu surgimento, no século XIX, e o porquê de tantos agentes secretos vermelhos terem se dedicado à espionagem, a campanhas de difamação e à infiltração no clero.

Não há equivalência entre a Igreja e qualquer proposta que anule a nossa liberdade: são incompatíveis como água e óleo.

Dado contexto, você já pode compreender o susto dos católicos por aí: certo, Padre Paulo está na mesma lista dos cem maiores do Telegram em que também estão os Bolsonaros, alguns jornalistas, mas também Juliette, ex-BBB, alguns perfis de coachs financeiros e grupos de compartilhamento de livros em PDF.

Já é alarmante o suficiente que uma rede seja proibida e que, para poder voltar a funcionar, as ideias que ali circulam “livremente” comecem a ser monitoradas e julgadas por deliberação de uma mente suprema, carente de onisciência, que na verdade é tão humana e limitada quanto a minha e a sua. Mas a presença de Padre Paulo na lista, dono de um grande apostolado que vem sendo construído há anos na internet para ensinar sobre doutrina, liturgia e fé, é realmente uma desgraça maior.

Porque a Igreja tem autonomia e é regida por si mesma. E, ao contrário da bobagem que ouvimos no último debate presidencial, quando um dos candidatos disse ser cristão, mas que seu cristianismo estaria fora dos assuntos de estado, a fé verdadeira deve alterar o homem por completo: em todas as instâncias do seu ser. E depois, baseado no que crê e não fingindo ser outra coisa, ele age no mundo.

Como prática integral de vida, o catolicismo não deixará de falar de política, pois não trabalha com metades de pessoas e nem com fiéis decepados. Então, é possível que cheguemos num ponto em que, ensinando alguma questão da Doutrina Social, Padre Paulo Ricardo seja marcado com o carimbo de “discurso perigoso“, “fake news” ou “discurso de ódio“: já que alguém, por aí, não pensa do mesmo jeito.

A Igreja é o calo no sapato dos ditadores: e dos que, de maneira vã, julgam controlar a realidade. O que aconteceria a Bento XVI, por exemplo, quando exortou católicos a não votarem em candidatos pró-aborto, sob pena de incorrerem em pecado grave (obviamente)? Quem vai desautorizar o Papa sobre seus fiéis, que, teoricamente, manda na sua instituição? Ora, vai ter que se atrever primeiro a diluir a hierarquia da própria igreja!

E quem será homem para isso? Muitos insensatos ousam, crendo serem capazes. Nós, católicos, que cremos em armas como o terço e o jejum, esforcemo-nos por essas vias para evitar aberrações possíveis num futuro próximo, como “fact checkers de sermões“, ou quem sabe violadores do segredo das nossas confissões? Se já o são de consciências…

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