Jair Bolsonaro faz discurso histórico na ONU em 2022 e cala a Imprensa Mundial. Assista!
Em campanha pela reeleição, Bolsonaro foca discurso escrito com ajuda de ministros em resultados de seu governo e faz críticas à esquerda
Como é tradição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o responsável por abrir a Assembleia-Geral da ONU, que começou nesta terça-feira (20/9) em Nova York.
O discurso ele citou o que considera destaque durante a pandemia de Covid-19 e os recentes resultados da economia brasileira.
Em outro ponto, Bolsonaro expõe os roubos bilionários cometidos pela corrupção do ex-presidiário Lula (PT) seu principal adversário na disputa eleitoral, mas sem citá-lo nominalmente.
“Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas. Esse é o Brasil do passado”, afirmou.
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Confira na íntegra o discurso de Bolsonaro:
Senhor Chába Corózi, Presidente da Septuagésima
Sétima Assembleia-Geral das Nações Unidas,
Senhor António Guterres, Secretário-Geral das
Nações Unidas,
Senhoras e Senhores chefes de Estado, de governo e de delegações,
Senhoras e Senhores,
Começo por cumprimentá-lo, Embaixador Chába Corózi,
pela eleição para presidir esta Assembleia Geral. Esteja certo de contar com o
apoio do Brasil.
O tema escolhido para este Debate Geral gira em torno de um conceito que se aplica perfeitamente ao momento que vivemos: um divisor de águas.
Senhor Presidente,
Nossa responsabilidade coletiva, nesta Assembleia
Geral, é compreender o alcance dos desafios que compõem esse divisor de águas.
E, a partir daí, construir respostas que tirem sua força dos objetivos que são
comuns a todos nós.
A tarefa não é simples. Mas, a rigor, não temos
alternativa.
Esse esforço tem de começar no interior de cada um
dos nossos países. Antes de tudo, é aquilo que realizamos no plano interno que
dá a medida da autoridade com que agimos no plano internacional.
Deixe-me falar da perspectiva do meu País.
Quando o Brasil se manifesta sobre a agenda da
saúde pública, fazemos isso com a autoridade de um governo que, durante a
pandemia da Covid-19, não poupou esforços para salvar vidas e preservar
empregos.
Como tantos outros países, concentramos nossa
atenção, desde a primeira hora, em garantir um auxílio financeiro emergencial
aos mais necessitados.
O nosso objetivo foi proteger a renda das famílias
para que elas conseguissem enfrentar as dificuldades econômicas decorrentes da
pandemia. Beneficiamos mais de 68 milhões de pessoas, o equivalente a 1/3 da
nossa população.
Em paralelo, lançamos um amplo programa de imunização,
inclusive com produção doméstica de vacinas. Somos uma nação com 210 milhões de
habitantes e já temos mais de 80% da população vacinada contra a Covid-19.
Todos foram vacinados de forma voluntária, respeitando a liberdade individual
de cada um.
Da mesma forma, no terreno da economia, o Brasil
traz a autoridade de um país que, em nome de um crescimento sustentável e
inclusivo, vem implementando reformas para a atração de investimentos e
melhoria das condições de vida de sua população.
No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica
que existia no país. Somente entre o período de 2003 e 2015, onde a esquerda
presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento
político em e desvios chegou a casa dos US$ 170 bilhões de dólares.
O responsável por isso foi condenado em três
instâncias por unanimidade. Delatores devolveram US$ 1 bilhão de dólares e
pagamos para a bolsa americana outro bilhão por perdas de seus acionistas.
Esse é o Brasil do passado.
Aprimoramos os serviços públicos com redução de
custos e investimento em ciência e tecnologia. Hoje, por exemplo, o Brasil é o
7º país mais digitalizado do mundo: são 135 milhões de pessoas que acessam
4.900 serviços do meu governo. O Brasil foi pioneiro na implantação do 5G na
América Latina.
Levamos adiante uma abrangente pauta de
privatizações e concessões, com ênfase na infraestrutura. Concluímos o projeto
de transposição do Rio São Francisco, levando água para o Nordeste brasileiro.
Adotamos novos marcos regulatórios, como o do saneamento básico, o das
ferrovias e o do gás natural. Além disso, melhoramos o ambiente de negócios,
com a lei de liberdade econômica e a lei de start-ups. Como resultado, criamos
oportunidades para o jovem empreender e ter empregos de qualidade.
Coroando todo esse esforço de modernização da
economia brasileira, estamos avançando, a passos largos, para o ingresso do
Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, a OCDE.
Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de
2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em
baixa. A economia voltou a crescer. A pobreza aumentou em todo o mundo sob o
impacto da pandemia. No Brasil, ela já começou a cair de forma acentuada.
Os números falam por si só. A estimativa é de que,
no final de 2022, 4% das famílias brasileiras estejam vivendo abaixo da linha
da pobreza extrema. Em 2019, eram 5,1%. Isso representa uma queda de mais de
20%. O Auxílio Brasil, programa de renda mínima criado pelo meu governo,
durante a pandemia, que atende 20 milhões de famílias, faz pagamentos de quase
US$ 4 por dia as mesmas
O desemprego caiu 5 pontos percentuais, chegando a
9,1%, taxa que não se via há 7 anos. Reduzimos a inflação, com estimativa de 6%
no corrente ano. Tenho a satisfação de anunciar que tivemos deflação inédita no
Brasil nos meses de julho e agosto.
Desde junho, o preço da gasolina caiu mais de 30%.
Hoje, um litro no Brasil custa cerca de US$ 0,90. O preço da energia elétrica
também teve uma queda de mais de 15%. Quero ressaltar que o custo da energia
não caiu por causa de tabelamento de preços ou qualquer outro tipo de
intervenção estatal. Foi resultado de uma política de racionalização de
impostos formulada e implementada com o apoio do Congresso Nacional.
Em 2021, o Brasil foi o 4º maior destino de
investimento estrangeiro direto do mundo. Nosso comércio exterior alcançou a
marca histórica de 39% do PIB, mesmo diminuindo ou zerando impostos de milhares
de produtos.
No plano interno, também estamos batendo recordes
em três áreas: arrecadação fiscal, lucros das empresas estatais e relação entre
dívida pública e PIB. Aliás, em 2021 tivemos superávit no resultado consolidado
de contas públicas. O PIB brasileiro aumentou 1,2% no segundo trimestre. A
projeção de crescimento para 2022 chega a 3%.
Temos a tranquilidade de quem está no bom caminho.
O caminho de uma prosperidade compartilhada. Compartilhada entre os brasileiros
e, mais além, compartilhada com nossos vizinhos e outros parceiros mundo afora.
É isso que vemos, por exemplo, na produção de
alimentos. Há quatro décadas, o Brasil importava alimentos. Hoje, somos um dos
maiores exportadores mundiais. Isso só foi possível graças a pesados
investimentos em ciência e inovação, com vistas à produtividade e à
sustentabilidade. Faço aqui um tributo à pessoa de Alysson Paulinelli,
candidato brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz, por seu papel na expansão da
fronteira agrícola brasileira com o uso de novas tecnologias. Este ano, o País
já começou a colheita da maior safra de grãos da nossa história. Estima-se pelo
menos 270 milhões de toneladas. O Brasil também, em poucos anos, passará de
importador a exportador de trigo.
Para o período 2022/2023, a previsão é que a
produção total ultrapasse os 300 milhões de toneladas. Como afirmou a
Diretora-Geral da Organização Mundial do Comércio, em recente visita que nos
fez, se não fosse o agronegócio brasileiro, o planeta passaria fome, pois
alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo.
O nosso agronegócio é orgulho nacional.
Senhor Presidente,
Quero lembrar que, também na área do
desenvolvimento sustentável, o patrimônio de realizações do Brasil é fonte de
credibilidade para a ação internacional do nosso País. Em matéria de meio
ambiente e desenvolvimento sustentável, o Brasil é parte da solução e
referência para o mundo.
Dois terços de todo o território brasileiro
permanecem com vegetação nativa, que se encontra exatamente como estava quando
o Brasil foi descoberto, em 1500. Na Amazônia brasileira, área equivalente à
Europa Ocidental, mais de 80% da floresta continua intocada, ao contrário do
que é divulgado pela grande mídia nacional e internacional.
É fundamental que, ao cuidarmos do meio ambiente,
não esqueçamos das pessoas: a região amazônica abriga mais de 20 milhões de
habitantes, entre eles indígenas e ribeirinhos, cuja subsistência depende de
algum aproveitamento econômico da floresta. Levamos internet a mais de 11 mil
escolas rurais e a mais de 500 comunidades indígenas.
O Brasil começou sua transição energética há quase
meio século, em reação às crises do petróleo daquela época. Hoje, temos uma
indústria de biocombustíveis moderna e sustentável. Indústria que contribui
para a matriz energética mais limpa entre os países do G20.
Cerca de 84% da nossa matriz elétrica atualmente é
renovável, e esse é o objetivo que muitos países desenvolvidos esperam alcançar
somente depois de 2040 ou 2050.
No ano passado, o Brasil foi escolhido pelas Nações
Unidas como país “campeão da transição energética”. Temos capacidade para ser
um grande exportador mundial de energia limpa. Contamos com um excedente, já em
construção, que pode chegar a mais de 100 Gigawatts entre biomassa, eólica
terrestre e solar, além da oportunidade, ainda não explorada, de eólicas
marítimas de 700 Gigawatts, com um dos menores custos de produção do mundo.
Essas fontes produzirão hidrogênio verde para exportação.
Parte desta energia 100% limpa abre a possibilidade
de sermos fornecedores de produtos industriais altamente competitivos,
especialmente no Nordeste brasileiro, com uma das menores pegadas de carbono do
mundo.
A agenda do desenvolvimento sustentável é afetada,
de várias maneiras, pelas ameaças à paz e à segurança internacional. Erguemos
as Nações Unidas em meio aos escombros da Segunda Guerra Mundial. O que nos
motivava, naquele momento, era a determinação de evitar que se repetisse o
ciclo de destruição que marcou a primeira metade do século XX. Até certo ponto,
podemos dizer que fomos bem-sucedidos.
Mas, hoje, o conflito na Ucrânia serve de alerta.
Uma reforma da ONU é essencial para encontrarmos a paz mundial. No caso
específico do Conselho de Segurança, após 25 anos de debates, está claro que
precisamos buscar soluções inovadoras. O Brasil fala desse assunto com base em
uma experiência que remonta aos primórdios da ONU.
É pela décima-primeira vez que ocupamos assento não
permanente no Conselho. Temos buscado dar o melhor de nós para a solução
pacífica e negociada dos conflitos internacionais, sempre guiados pela Carta da
ONU e pelo Direito Internacional.
O Brasil também tem um longo histórico de
participação em missões de paz da ONU. De Suez a Angola, do Haiti ao Líbano,
sempre estivemos ao lado da manutenção da paz.
Também contribuímos para a paz ao abrirmos nossas
fronteiras para aqueles que buscam uma chance de reconstruir suas vidas em
nosso país. Desde 2018, mais de seis milhões de irmãos venezuelanos foram
obrigados a deixar seu país. Muitos deles vieram para o Brasil.
Nossa resposta a esse desafio foi a “Operação
Acolhida”, que se tornou referência internacional. Já são mais de 350 mil
venezuelanos que encontraram, em território brasileiro, assistência
emergencial, proteção, documentação e a possibilidade de um recomeço. Todos têm
acesso ao mercado de trabalho, a serviços públicos e a benefícios sociais.
Nos últimos meses, chegam por dia ao Brasil, a pé,
cerca de 600 venezuelanos, a grande maioria dos quais mulheres e crianças
pesando em média 15 quilos a menos do que antes, fugindo da violência e da
fome, com o apoio de dois ex-presidentes de esquerda do Brasil.
A política brasileira de acolhimento humanitário
vai além da Venezuela. Temos também recebido haitianos, sírios, afegãos e
ucranianos.
Senhor Presidente,
O conflito na Ucrânia já se estende por sete meses
e gera apreensão não apenas na Europa, mas em todo o mundo.
Quero, em primeiro lugar, renovar o agradecimento
do Brasil aos países que ajudaram na evacuação de brasileiros que se
encontravam na Ucrânia quando começou o conflito. Refiro-me especialmente à
Eslováquia, Hungria, Polônia, Romênia e República Tcheca. A operação foi
exitosa. Não deixamos ninguém para trás, nem mesmo seus animais de estimação.
Diante do conflito em si, o Brasil tem-se pautado
pelos princípios do Direito Internacional e da Carta da ONU. Princípios que
estão consagrados também em nossa Constituição. Defendemos um cessar-fogo
imediato, a proteção de civis e não-combatentes, a preservação de
infraestrutura crítica para assistência à população e a manutenção de todos os
canais de diálogo entre as partes em conflito. Esses são os primeiros passos
para alcançarmos uma solução que seja duradoura e sustentável.
Temos trabalhado nessa direção. Nas Nações Unidas e
em outros foros, temos tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo, causado
pela polarização em torno do conflito. É nesse sentido que somos contra o
isolamento diplomático e econômico.
As consequências do conflito já se fazem sentir nos
preços mundiais de alimentos, de combustíveis e de outros insumos. Estes
impactos nos colocam a todos na contramão dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável. Países que se apresentavam como líderes da economia de baixo
carbono agora passaram a usar fontes sujas de energia. Isso configura um grave
retrocesso para o meio ambiente.
Apoiamos todos os esforços para reduzir os impactos
econômicos desta crise. Mas não acreditamos que o melhor caminho seja a adoção
de sanções unilaterais e seletivas, contrárias ao Direito Internacional. Essas
medidas têm prejudicado a retomada da economia e afetado direitos humanos de
populações vulneráveis, inclusive em países da própria Europa.
A solução para o conflito na Ucrânia será alcançada
somente pela negociação e pelo diálogo.
Faço aqui um apelo às partes, bem como a toda a
comunidade internacional: não deixem escapar nenhuma oportunidade de pôr fim ao
conflito e de garantir a paz. A estabilidade, a segurança e a prosperidade da
humanidade correm sério risco se o conflito continuar.
Senhor Presidente,
Tenho sido um defensor incondicional da liberdade
de expressão. Além disso, no meu governo, o Brasil tem trabalhado para trazer o
direito à liberdade de religião para o centro da agenda internacional de
direitos humanos. É essencial garantir que todos tenham o direito de professar
e praticar livremente sua orientação religiosa, sem discriminação. Quero aqui
anunciar que o Brasil abre suas portas para acolher os padres e freiras
católicos que tem sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua.
O Brasil repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo.
Outros valores fundamentais para a sociedade
brasileira, com reflexo na pauta dos direitos humanos, são a defesa da família,
do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia
de gênero.
Quero também destacar aqui a prioridade que temos
atribuído à proteção das mulheres. Nosso esforço em sancionar mais de 70 normas
legais sobre o tema desde o início de meu governo, em 2019, é prova cabal desse
compromisso.
Combatemos a violência contra as mulheres com todo
o rigor. Isso é parte da nossa prioridade mais ampla de garantir segurança
pública a todos os brasileiros.
Os resultados aparecem em nosso governo: queda de
7,7% no número de feminicídios e diminuição do número geral de mortes por
homicídio. Em 2017 eram 30 mortes por 100 mil habitantes. Agora são 19.
A violência no campo também caiu ao mesmo tempo em
que aumentamos a regularização da propriedade da terra para os assentados. No
meu governo, entregamos 400 mil títulos rurais, 80% deles para mulheres.
Trabalhamos no Brasil para que tenhamos mulheres
fortes e independentes, para que possam chegar aonde elas quiserem. A Primeira
Dama, Michelle Bolsonaro, trouxe novo significado ao trabalho de voluntariado
desde 2019, com especial atenção aos portadores de deficiências e doenças
raras.
Senhor Presidente, Senhor Secretário-Geral,
Senhoras e Senhores chefes de Estado e de governo, Senhoras e Senhores,
Neste 7 de setembro, o Brasil completou 200 anos de
história como nação independente. Milhões de brasileiros foram às ruas,
convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira.
Foi a maior demonstração cívica da história do
nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade.
Muito obrigado.
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