Empresária milionária acusada de mandar matar namorado em 2021 morre de câncer em SP
No ano passado, Ana Cipriano Frigo foi operada para retirar tumor cerebral. Desde então, estava em prisão domiciliar e respondia pelo assassinato do namorado e segurança Vitor Jacinto. Ela sempre negou o crime.
A empresária e socialite Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, acusada de mandar matar o namorado em 2021, morreu neste final de semana devido a problemas decorrentes de um câncer no cérebro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo UOL. O g1 confirmou a morte dela com o advogado Celso Sanchez Vilardi.
Anne morreu em casa, perto da família, segundo Vilardi. Em novembro, ela havia sido operada para a retirada de um tumor cerebral no Hospital Albert Einstein, segundo sua defesa. E desde então, a pedido de seus advogados, a Justiça havia concedido a ela a prisão domiciliar para tratar da doença. Antes, ela estava detida em um presídio (leia mais abaixo).
A empresária respondia ao processo no qual era ré, acusada de assassinato pela morte do segurança Vitor Lúcio Jacinto, de 40 anos, namorado de Anne. Com a morte, o processo contra ela fica extinto. A mulher sempre negou o crime.
A parte do processo que envolve outros dois homens segue. Eles são réus no processo que apura homicídio doloso qualificado, roubo, ocultação de cadáver e fraude processual: o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, de 28 anos; e o motoboy Leandro Lopes Brasil. O primeiro está preso preventivamente e o segundo responde em liberdade.
Segundo o Ministério Público (MP), Anne pagou R$ 200 mil a Carlos, que era amigo do casal, para que ele matasse Vitor. O corpo do segurança foi encontrado pela polícia em 18 de junho, parcialmente queimado, próximo à represa Guarapiranga, na Zona Sul.
A juíza Ana Carolina Munhoz de Almeida, da 3ª Vara do Júri, realizaria em fevereiro deste ano a audiência de instrução do caso em que ouviria os acusados pelo crime. O g1 não conseguiu confirmar se essa etapa do processo foi realizada. Ela serve para ouvir as testemunhas e interrogar quem é acusado pelo assassinato.
Após isso, a juíza decide se há indícios
suficientes de crime para marcar uma data para o julgamento. Sete jurados
decidiriam então se absolvem ou condenam quem for julgado. Em caso de
condenação, a pena poderia ultrapassar 30 anos de prisão.
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Prisão domiciliar
Anne estava presa preventivamente desde 18 de agosto de 2021. Chegou a ficar detida até 2 de outubro na Penitenciária Feminina de Sant'Anna, na Zona Norte de São Paulo. Depois foi internada no Hospital Albert Einstein.
Segundo a defesa da empresária, ela ficou algemada num quarto do hospital sob escolta de agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A necessidade de tratamento médico contra a doença e as condições da prisão de Anne fizeram seu advogado entrar com pedido à Justiça para que ela ficasse presa em casa. Solicitação que depois foi atendida pela juíza.
Confissão
Carlos confessou à Polícia Civil ter atirado nas costas de Vitor durante visita a um imóvel que o casal estava planejando comprar. Ele ainda acusou Anne de tê-lo contratado para cometer o crime. Segundo o corretor, a empresária alegou que queria que o namorado fosse morto porque ele a traía com outras mulheres.
Anne negou à polícia que tenha contratado Carlos e disse que ele teria confessado que cometeu o crime por sentir atração por ela.
Além de Carlos, o motoboy Leandro é acusado pelo MP de ter ajudado o corretor a esconder o corpo de Vitor, mas responde em liberdade por ocultação de cadáver.
O g1 não conseguiu localizar as defesas de Carlos e
Leandro para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.
Provas do crime
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público, além da confissão do corretor, vídeos de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas que relatam que a empresária e o segurança discutiam e trocas de mensagens de celular entre os investigados e parentes da vítima comprovam a participação de ambos no crime.
Os celulares dos acusados foram apreendidos. Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos usou o celular da vítima para trocar mensagens com a empresária. O corretor também teria se passado por Vitor após seu assassinato, respondendo recados dos parentes dele.
No carro de Carlos foi encontrada a cápsula de uma
arma que pode ter sido usada para matar Vitor.
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