EUA: onda de furtos e assaltos faz lojas fecharem as portas na Califórnia, desde 2018 o estado liberou uso de maconha
Estado tem três das 10 cidades que mais registram esse tipo de crime em todo o
país, segundo a Associação Comercial
Lojas das redes de varejo Target e Walgreens estão fechando unidades ou reduzindo seus horários de funcionamento na Califórnia, nos EUA, por conta de um aumento no número de pequenos furtos de produtos das prateleiras.
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Segundo a Associação Comercial da Califórnia, a capital, Sacramento, Los Angeles e São Francisco estão entre as 10 cidades norte-americanas que mais registram esse tipo de crime
Em São Francisco, onde há mais registros da ação desses criminosos, muitas lojas que fechavam às 22h todos os dias agora estão baixando as portas entre 17h e 18h para diminuir os prejuízos com a ação de criminosos.
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Em entrevista à filiada da ABC News em São Francisco, um dos seguranças de uma loja da Walgreens explicou que os funcionários acabam não se envolvendo em situações de furto porque não têm poder de polícia e a rede teme processos judiciais caso funcionários ou clientes saiam feridos.
"Vai haver processos, obviamente eles não querem que pessoas, nós ou os clientes, saiam feridas enquanto tentamos apreender essas mercadorias, então temos que deixar para os policiais resolverem", disse o guarda, Kevin Greenhouse.
Ele, que trabalha com uma arma, um frasco de gás de pimenta e um taser na cintura, explicou que a orientação vem de cima e que nunca recebeu ordens de usar os equipamentos contra os ladrões. E contou também que já foi ameaçado com uma faca. "Eu não tenho nenhuma intenção de ser esfaqueado por causa de US$ 60 (cerca de R$ 310) em produtos", comentou.
Furto viralizou
Nas últimas semanas, um vídeo gravado em uma loja da rede também em São Francisco circulou pela internet, mostrando um homem enchendo uma sacola de produtos, enquanto os seguranças apenas assistem e registram a situação com o celular. O rapaz estava encapuzado e fugiu em uma bicicleta, mas foi preso pela polícia horas depois.
This just happened at the @Walgreens on Gough & Fell Streets in San Francisco. #NoConsequences @chesaboudin pic.twitter.com/uSbnTQQk4J
— Lyanne Melendez (@LyanneMelendez) June 14, 2021
Ano de 2018 marca início oficial da legalização da
venda de maconha com fins recreativos no estado, após liberação ondas de roubos
e assaltos iniciaram.
Muitos perfis compartilharam essas imagens com informações falsas, disseminadas pelo perfil do comediante Adam Carolla, que dizem que a atual situação foi causada por uma lei da Califórnia, a AP47, aprovada em 2014, que teria descriminalizado os furtos no estado. A afirmação, no entanto, é contestada por advogados norte-americanos, já que a pena para furtos de objetos no valor de até US$ 950 (pouco menos de R$ 5 mil) é de 6 meses de prisão.
"O que a proposta fez foi pegar crimes muito básicos, como pequenos furtos e posses de pequenas quantidades de drogas e transformá-los em contravenções. Não significa, como estão dizendo, que você não será processado ou que não está cometendo um crime", afirma Charis Kubrin, professora de direito criminal da Universidade da Califórnia, em entrevista à agência Associated Press.
Segundo Kubrin, o projeto de lei surgiu em 2011, numa tentativa de resolver o problema de superlotação das cadeias californianas.
No fim de julho, o governador Gavin Newson assinou
uma lei que volta a instituir o crime de furto organizado, pois as autoridades
acreditam que quadrilhas são responsáveis por revender os produtos levados das
prateleiras em lojas clandestinas ou na internet.
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