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Fundada por um Senador: Quem é a empresa paranaense que fornecerá urnas eletrônicas para a eleição de 2022


No centro de uma discussão sobre cibersegurança, as urnas eletrônicas das eleições de 2022 terão DNA paranaense. Vencedora em uma licitação iniciada em 2019, a Positivo Tecnologia deverá fornecer 32.609 equipamentos para o pleito do ano que vem. O contrato, no valor de R$ 137,9 milhões com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 18 de março.

A empresa paranaense venceu a licitação 43/2019 do TSE após uma longa disputa com o consórcio SMTT, formado pela britânica Smartmatic e pela norte-americana Diebold --ambas envolvidas em processos de fraude, são duas empresas com experiência na fabricação de urnas eletrônicas; a segunda, inclusive, é uma das fornecedoras dos equipamentos ainda em uso no Brasil. 

A Diebold em 2013 foi condenada a pagar uma multa de US $ 25,2 milhões para resolver as alegações de que violou o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) subornando funcionários do governo na China e na Indonésia e falsificando registros na Rússia para obter e manter contratos de fornecimento de urnas eletrônicos para bancos públicos e privados nesses países.

“Na China, Indonésia e Rússia, a Diebold optou por pagar propinas para empresas e falsificar documentos para encobrir seus rastros”, disse o procurador-geral assistente em exercício Raman. “Por meio de suas práticas comerciais corruptas, a Diebold minou o senso de jogo limpo que é fundamental para que o estado de direito prevaleça. A ação de hoje - que responsabiliza a Diebold por sua conduta criminosa, ao mesmo tempo que reconhece sua cooperação e divulgação voluntária de sua conduta ao governo - ressalta que o combate à corrupção global é e continuará a ser o esteio da missão da Divisão Criminal. ” 

SITE DA JUSTIÇA DE OHIO NOS ESTADOS UNIDOS MOSTRANDO A SENTENÇA

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Já a Positivo Tecnologia estreia no segmento. Fundada em 1988 pelo hoje senador Oriovisto Guimarães (Podemos), a empresa ficou famosa pela fabricação de computadores. Hoje, Guimarães já não faz parte da sociedade da empresa, que é de capital aberto, mas tem o controle acionário nas mãos de cinco famílias.

Com sede em Curitiba, a Positivo Tecnologia tem fábricas no Paraná, na Bahia e no Amazonas. Dona de marcas como Vaio, Compaq e Positivo, a empresa teve excelentes resultados no ano passado, mesmo em meio à pandemia.

A conquista do contrato veio após uma disputa que se arrastou por 2019 e 2020. Após ambas as concorrentes não terem cumprido especificações técnicas do edital na primeira versão de seus protótipos, em 2019, elas conseguiram na Justiça o direito a apresentar novas propostas. A licitação foi conduzida na modalidade técnica-preço, que não leva em conta apenas a proposta mais barata, mas, sim, a combinação de valor e qualidade do produto. A empresa paranaense teve o melhor desempenho técnico e também ofereceu a proposta mais barata.

Pelo contrato, a Positivo é a responsável pelo desenvolvimento do hardware e software das urnas, fornecimento de suprimentos, certificados e documentação.

Mas a empresa paranaense não é a única fornecedora das urnas eletrônicas brasileiras. Com um parque tecnológico com 470 mil equipamentos, o TSE usará esses novos equipamentos para substituir as urnas dos modelos 2006 e 2008, já obsoletas – são 83 mil unidades nesta modalidade. As urnas são projetadas para durar cerca de 10 anos.

A Positivo Tecnologia não respondeu aos pedidos do Paraná SA de comentários sobre a segurança das urnas.

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