Estudo no AM aponta eficácia de 92% de novo remédio contra casos graves de Covid-19
Em análise com 590 pacientes, aqueles que receberam
a Proxalutamida tiveram um risco 92% menor de morrer pela doença; fármaco
também demonstra sucesso contra variante P.1
A Proxalutamida, fármaco receitado para os cânceres
de próstata e de mama, pode ser uma candidata ao tratamento de casos graves de
Covid-19. É o que sugere uma pesquisa clínica brasileira realizada no estado do
Amazonas pela rede de hospitais Samel em parceria com a empresa de
biotecnologia Applied Biology.
De acordo com o estudo, pacientes tratados com o remédio têm um risco 92% menor de morrer pelo novo coronavírus. Os resultados foram anunciados nesta quinta-feira (11) em coletiva de imprensa, em Manaus.
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tratamento da Covid
O estudo, randomizado-controlado e duplo-cego, foi
concluído com 590 pacientes de 12 hospitais do Amazonas, distribuídos em nove
municípios do estado. Duas condições principais determinaram a escolha dos
participantes: ter mais de 18 anos e estar em necessidade de oxigênio, isto é,
em estado crítico por conta da doença. Ao longo de duas semanas, 294
voluntários receberam 300 mg do medicamento por via oral uma vez ao dia,
enquanto o grupo controle foi tratado com placebo.
Se comparados ao grupo placebo, os participantes tratados com o fármaco também passaram quase três vezes menos tempo nos hospitais. Além disso, a substância foi capaz de acelerar o processo de recuperação clínica: entre os que a receberam, três dias foram o suficiente para que uma melhora significativa fosse constatada pelos médicos, contra 19 dias entre os que não receberam a medicação.
Mecanismo inibidor
Pertencente à classe dos medicamentos antiandrógenos, que reduzem a produção de hormônios masculinos, a Proxalutamida ativa um mecanismo que, segundo os pesquisadores, é o que pode estar por trás dos resultados do fármaco no tratamento da Covid-19: a inibição da expressão das proteínas ACE2 e TMPRSS2, dois aminoácidos-chave associados à entrada do Sars-Cov-2 nas células.
Para os autores do estudo, a droga pode ser uma das
primeiras oficialmente testadas para tratar a variante P.1, como é chamada a
linhagem do novo coronavírus descoberta no Amazonas em novembro de 2020 –
considerada mais letal e com maior potencial de transmissão.
Por lá, onde a variante já é prevalente, o número
de óbitos por Covid-19 ultrapassou o total do ano passado nos primeiros 54 dias
de 2021, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). Até esta
quinta-feira (11), o estado já somava 11.388 vidas perdidas para a doença.
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