Prisão de deputado Daniel Silveira foi também recado para militares, dizem ministros do STF
Segundo informações divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, alguns ministros disseram que a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) foi também um recado para os militares que têm apoiado a pressão feita pelo general Eduardo Villas Bôas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2018.
Silveira foi preso depois de divulgar um vídeo acusando de crimes os ministros do STF, em especial Edson Fachin, ao qual pediu para tomar uma atitude de “homem” pelo menos uma vez na vida e prender Villas Bôas.
Villas Bôas havia feita uma postagem com tom de ironia contra Fachin dizendo que o ministro só fala de fatos antigos, referindo-se a uma mensagem dita pelo general contra a Corte publicada em 2018.
No entendimento dos ministros, tanto o deputado quanto o general praticaram atos considerados antidemocráticos e que têm como objetivo ameaçar as instituições.
Motivo da prisão
O deputado Silveira teve sua prisão decretada na última quarta-feira (17), por volta das 23h. O motivo foi um vídeo em que ele aparece fazendo aos ministros do STF. Ao longo do vídeo ele diz que Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tinha razão quando declarou durante uma reunião do governo que os ministros deveriam ser presos.
Além disso, ele desafiou os ministros para debater
sobre temas abordados na Constituição, insinuando que os magistrados não
entendem de Lei.
Silveira gravou vídeo no momento da prisão
Assim que a Polícia Federal chegou a sua casa, o deputado disse que recebeu os agentes e pediu para esperá-lo enquanto gravou um vídeo informando sobre sua prisão. Durante as imagens, Silveira diz para seus seguidores que os policiais estavam lhe esperando na sala de sua residência. Em seguida ele volta a criticar os ministros e afirmou que não tinha medo de ficar preso, pois já estava acostumado a ser detido e solto pela Justiça.
Na ocasião ele diz também que o decreto expedido
pelo ministro Alexandre de Moraes foi uma tentativa de calá-lo. Ele afirmou que
essa atitude de Moraes, na verdade, o fez querer falar ainda mais contra os
ministros.
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