Partido Comunista Chinês ameaça retirar guarda de filhos de famílias cristãs
Autoridades também intimidam familiares com
notícias de que enviarão jovens para campos de reeducação.
Um membro da Igreja ‘Early Rain Covenant’ da China
(ERCC), denunciou que o Partido Comunista Chinês segue perseguindo membros da
congregação com a ameaça de retirar a guarda dos filhos de famílias cristãs e
enviá-los para campos de reeducação do governo.
Em um vídeo gravado na última quarta-feira (29),
Liao Qiang, membro da ERCC em Chengdu, disse que, após fechar a igreja e
prender o pastor Wang Yi em dezembro de 2018, o Partido Comunista Chinês
continua a assediar seus membros. Na gravação, Qiang disse que foi forçado a
deixar a China e fugir para Taiwan.
– Eles não apenas nos ameaçaram, adultos normais,
membros normais da igreja, mas também ameaçaram nossos filhos. Alguns de nossos
membros adotaram crianças, e o Partido Comunista enviou à força as crianças
adotivas de volta à família original. Essa é a principal razão pela qual
fugimos da China. Porque não podemos garantir que nosso filho adotivo também
não seja levado por eles – relatou.
Qiang também destacou que as autoridades tiraram
quatro crianças adotadas de uma família da Igreja Early Rain Covenant, as
devolveram aos pais biológicos e posteriormente as repassaram para outras
famílias.
– Esta é uma tragédia viva. A constante opressão
deles me fez sentir que devemos fugir da China, porque nossos filhos são muito
importantes para nós – protestou,
Um relatório anterior da International Christian
Concern (ICC), instituição que defende cristãos de atos de perseguição, já
documentou a remoção forçada de crianças pelas autoridades da casa dos membros
da igreja Pei Wenju e Jing Jianan. Na ocasião, as autoridades disseram a eles
que seus documentos de adoção não eram mais válidos, porque seus filhos estavam
“presos por uma religião maligna”.
Além de afastar as crianças de seus pais cristãos,
os comunistas também ameaçaram enviar as crianças cristãs para campos de
reeducação do governo e proibiu que os pais matriculassem seus filhos nas
escolas da igreja.
O relatório da ICC destaca que o Partido Comunista
da China também usa sua estrutura legal, sinicização, fechamento ou demolição
de igrejas ou locais de culto, detenção de cristãos e pressão social para
atacar a população cristã do país.
– Com a intensificada repressão contra igrejas,
sancionadas pelo Estado e clandestinamente, não há mais um lugar seguro para se
ser cristão na China – escreveu Gina Goh, gerente regional da ICC para o
Sudeste Asiático e autora do relatório.
Apesar da situação complicada, o relatório conclui
com uma nota de positividade apontando que “a história mostrou que a tentativa
de Pequim de controlar a religião com um número crescente de regulamentações
ilegais será malsucedida. Como o cristianismo na Coréia do Norte, a perseguição
pode forçar os crentes à clandestinidade, mas nunca pode erradicar a própria
fé”.
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