Brasil volta para lista dos 25 países mais confiáveis para investimento
Para o economista Miguel Daoud, no entanto, é
preciso olhar para outros indicadores, como o crescimento do PIB.
O Brasil voltou a entrar na lista dos 25 países
mais confiáveis para o investimento estrangeiro direto, segundo indicador
produzido por uma consultoria norte-americana. Depois de sair do ranking de
2019, o Brasil retomou uma posição este ano, ficando em 22º lugar.
Entre os fatores que impulsionaram a intenção de
investir estão a aprovação da reforma da Previdência e os esforços do governo
para ampliar as privatizações. O país é a única nação da América Latina a
compor a lista no ranking de 2020. O índice é uma pesquisa anual feita com
executivos das 500 maiores empresas do mundo.
O Índice de Confiança da Indústria, divulgado pela
Fundação Getulio Vargas (FGV), teve um aumento de 15,2 pontos na prévia de
junho deste ano, em comparação com o dado consolidado de maio deste ano. Com o
resultado, o indicador atingiu 76,6 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.
Caso a prévia se confirme no resultado consolidado
de junho, essa será a maior alta mensal da história da pesquisa. O avanço da
confiança em junho é resultado da melhora da avaliação dos empresários em
relação ao presente e, principalmente, da confiança para os próximos três e
seis meses.
Segundo a FGV, o Índice de Expectativas, que mede a
confiança no futuro, teve crescimento de 20,6 pontos, para 75,5 pontos,
recuperando nos últimos dois meses mais da metade da queda observada em abril.
O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, cresceu 9,2
pontos, para 77,8 pontos, o equivalente a um terço da perda de abril.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da
Indústria (Nuci) teve crescimento de 5,9 pontos percentuais e chegou a 66,2%.
O que isso significa?
Para detalhar este assunto, conversamos com o
comentarista Miguel Daoud. Segundo ele, essa é uma boa notícia diante de tantas
notícias ruins provocadas pela crise do novo coronavírus, mas é preciso ter
cautela.
“Esse índice da FGV vai de 0 a 200 e, com esse
aumento, está em 76. Isso não quer dizer, necessariamente, que a economia terá
toda essa pujança”, comentou.
Para Daoud, para entender o momento do Brasil é
preciso analisar outros índices. “Eu busquei hoje na própria FGV o índice que é
o monitor do PIB. Se nós confrontarmos de março e abril, houve uma queda de
9,3%. De abril a 2019 a abril de 2020 a queda é de 13,5%. Então, apesar do
otimismo do empresário, há uma tragédia econômica pela frente e não há nenhum
indicador que mostre que podemos comemorar”, completou.
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