Bolsonaro pede a presidente de Angola proteção a membros e missionários da Igreja Universal que vem sendo atacados e igrejas sequestradas por ex-pastores expulsos por desvio de conduta
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviou
uma carta ao presidente de Angola, João Manuel Lourenço, demonstrando
preocupação e solicitando aumento da proteção a membros da Igreja Universal do
Reino de Deus (Iurd) no país africano.
Há algumas semanas, a Universal tem sofrido
constantes ataques em Angola. Ex-pastores, que foram expulsos por má conduta e
até crimes, têm invadido os templos, agredido missionários, expulsando-os de
suas próprias casas, além de estarem sendo vítimas de xenofobia.
“Tivemos pastores violentamente agredidos, expulsos
das suas residências, ameaçados. Tivemos casos em que esses pastores tentaram
voltar para suas residências e – em lugares onde antes a polícia dizia não ter
efetivo para impedir a invasão, a ilegalidade – chegaram 40 policiais e os
humilharam, levando [todos os pastores e as esposas] em carro aberto para a
esquadra, que é a delegacia de lá, como se fosse um desfile”, contou o Bispo
Honorilton Gonçalves, responsável pelo trabalho evangelístico da Universal em
Angola, em entrevista à CNN Brasil, na tarde deste sábado.
O Bispo ainda reiterou que as autoridades no local
nada têm feito para inibir os ataques violentos.
“Houve uma invasão, há um crime em curso, e nós
estamos nos sentindo como se fôssemos os criminosos, e os criminosos como se
fossem vítimas. Nós não sabemos o que está acontecendo, mas providências legais
já deveriam ter sido tomadas. Acionamos todas as instâncias legais possíveis de
Angola e tivemos várias ameaças de invasão em nossa sede”, destacou.
A carta foi divulgada hoje no Twitter pelo deputado
federal e filho do presidente do Brasil, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
"Julgamos ser preciso evitar que fatos dessa
ordem voltem a produzir-se ou sejam caracterizados como consequência de
'disputas internas'. Há perto de 500 pastores da IURD em Angola e, nesse
universo, 65 são brasileiros. Os aludidos atos de violência são atribuídos a
ex-membros da IURD, que também têm levantado acusações e, com isso, motivado
diligências policiais na sede da entidade e nos domicílios de dirigentes
seus", diz a carta assinada por Bolsonaro.
"Meu apelo a Vossa Excelência é para que, sem
prejuízo dos trâmites judiciais, com seu tempo próprio, se aumente a proteção
de membros da IURD, a fim de garantir sua integridade física e material e a
restituição de propriedades e moradias, enquanto prosseguem as deliberações nas
instâncias pertinentes", pediu.
Na última sexta-feira, os policiais apreenderam
computadores, câmeras de segurança, livros da contabilidade e documentos
bancários. Também procuraram cofres e fundos falsos em paredes, além de
fotografarem cartões de crédito e papéis de bancos. A investigação mira
suspeitas de evasão de divisas e de lavagem de dinheiro, segundo fontes
informaram ao UOL no último fim de semana.
A IURD tem cerca de 500 pastores em Angola, sendo
65 brasileiros.
Presidente do @jairbolsonaro externou igual
preocupação em carta endereçada ontem ao Presidente de Angola, João Manuel
Lourenço @JooManuelLoure2 . pic.twitter.com/W5lc820Mbb
-- Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) July 13, 2020
Fonte:
noticias.uol.com..br
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