Preço de oxímetros comprados pela Saúde do governo Witzel levanta suspeitas, cada oxímetro custou R$ 3.720
Equipamento igual foi comprado por outros estados
mais barato. Procurada pelo RJ2, a procuradoria da Saúde afirmou ter encontrado
irregularidades no processo.
O RJ2 desta segunda-feira revelou que, além da
compra de respiradores pulmonares, a aquisição de oxímetros pelo Governo do Rio
de Janeiro também levanta suspeitas.
A Secretaria de Estado de Saúde comprou centenas de
aparelhos – fundamentais para monitorar a respiração de pacientes com Covid-19
– por preços bem acima do valor de mercado.
A própria secretaria aponta que, assim como os
respiradores, os oxímetros foram comprados sem licitação e sem pesquisa de
preço.
O documento exibido pela equipe de reportagem
demonstrou que a compra foi feita com a orientação e a autorização do
secretário de Saúde, Edmar Santos. A princípio, o processo previa a compra de
800 oxímetros portáteis, com sensor adulto.
Não houve pesquisa de preço e a empresa
"Health Supllies" foi a única a apresentar proposta. O preço por
unidade sairia R$ 3.720. Em vez de 800, o estado resolveu comprar 100 oxímetros
a mais, totalizando 900 equipamentos.

Quem autorizou o aumento foi Maria Ozana Gomes,
assessora geral da subsecretaria executiva da Saúde. Por fim, o valor final do
contrato passou de R$ 3,3 milhões
Procurada pelo RJ2, a procuradoria da pasta afirmou
ter encontrado irregularidades no processo. Também foi informado que todos os
contratos passam por revisão de órgãos de controle.
A partir do documento obtido pelo RJ2, não é
possível localizar na contratação remessa de e-mails ou qualquer registro
formal com pedido de cotação para quaisquer outros fornecedores, para que seja
atestada a compatibilidade de preço com o mercado.
A equipe de reportagem foi atrás de compras
semelhantes em outros estados pelo Brasil. O Governo de Pernambuco, por
exemplo, comprou o mesmo modelo de oxímetro por R$ 2.690 cada – R$ 1 mil a
menos que o RJ.
Em São Paulo, o governo comprou 250 unidades de um
modelo parecido, a R$ 2.760 cada. Assim como em Pernambuco, o governo paulista
conseguiu pagar menos R$ 1 mil que o Rio de Janeiro.
Inclusive na internet, é possível achar um oxímetro
de pulso portátil com as mesmas especificações exigidas pelo governo. Numa
consulta a um site, o equipamento está saindo a R$ 2.090 cada um.
Sobre as irregularidades, o gabinete do deputado
Alexandre Freitas (Novo) entrou com uma representação pedindo que o Tribunal de
Contas do estado investigue o caso.
Fonte: g1.globo.com
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