Em pronunciamento, Moro pede demissão do governo e esquerda comemora
Decisão foi comunicada pelo ministro durante
entrevista coletiva em Brasília.
Em um pronunciamento realizado na manhã desta
sexta-feira (24), no auditório do Ministério da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), em Brasília, o ministro Sergio Moro decidiu que vai deixar o governo
federal.
A decisão tomada pelo ministro ainda deve ser oficializada
no Diário Oficial da União. Durante sua fala, ele destacou alguns pontos de
destaque durante sua gestão na pasta, como o pacote anticrime e estratégias que
reduziram os números da criminalidade pelo país.
– Não houve um combate tão efetivo contra a
criminalidade como houve nessa gestão do MJSP. Tivemos números expressivos de
apreensão de produto do crime. Buscamos fortalecer a Polícia Federal e a
Polícia Rodoviária Federal neste período – disse.
Durante o pronunciamento, Moro falou sobre a mudança
no cargo de diretor-geral da Polícia Federal, com a saída de Maurício Valeixo.
Ele afirmou que não permitiria a troca se ela fosse motivada pelo que ele
chamou de “interferência política”.
– O grande problema é por que trocar e permitir que
seja feita interferência política no âmbito da PF. O presidente me disse que
queria colocar uma pessoa dele, que ele pudesse colher informações, relatórios
de inteligência. Realmente, não é papel da PF prestar esse tipo de informação –
disse.
– Eu não assinei esse decreto e em nenhum momento o
diretor da PF apresentou um pedido oficial de exoneração – declarou.
Moro também declarou que recebeu carta branca para
atuar no comando do Ministério da Justiça e que a única condição que colocou
quando foi convidado para o cargo foi de que sua família fosse protegida.
– Tem uma única condição que coloquei. Eu não ia
revelar, mas agora isso não faz sentido. Eu disse que, como estava saindo da
magistratura, contribuí durante 22 anos, pedi que, se algo me acontecesse, que
minha família não ficasse desamparada – apontou.
Moro assumiu o cargo no início do governo do
presidente Jair Bolsonaro, após atuar como juiz na 13ª Vara Criminal Federal em
Curitiba, no Paraná, responsável pelo julgamento dos réus da Operação Lava
Jato.
O agora ex-ministro falou que, após a saída,
pretende descansar dos 22 anos de trabalho como magistrado, que pretende
procurar um novo emprego em breve e que está à disposição do país.
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