Após intervenção política do STF, PF fica sob comando de Disney Rosseti o braço direito de Alexandre de Moraes do STF
Atual equipe seguirá tocando investigações que
miram aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, segundo Moro,
provocam preocupação nele.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que
barrou a posse do novo diretor-geral, a Polícia Federal segue sob o comando
interino da equipe do diretor-geral Maurício Valeixo, que o presidente Jair
Bolsonaro queria demitir.
O número dois de Valeixo era o diretor-executivo
Disney Rosseti , que agora passa a responder interinamente pelo comando da
corporação. Fontes da PF avaliam que o impasse jurídico deve demorar para ser
resolvido e isso vai prolongar a permanência de Rosseti.
O novo diretor-geral Alexandre Ramagem chegou a
despachar na PF ontem e fez uma videoconferência com superintendentes
estaduais. Segundo a colunista Bela Megale, ele tranquilizou os
superintendentes de que não haveria mudanças bruscas e também fez gestos de
conciliação com Valeixo, que também participou da reunião.
Agora, sua situação fica
indefinida, já que Ramagem já deixou o comando da Agência Brasileira de
Inteligência (Abin), onde estava atuando antes de ser nomeado para comandar a
PF.
A atual equipe montada por Valeixo também tem como
diretor de investigação e combate ao crime organizado Igor Romário de Paula,
que atuou na Lava-Jato pela PF de Curitiba e agora é um dos delegados
responsáveis pelo inquérito das fake news, justamente uma das preocupações de
Bolsonaro.
Diante da instabilidade, o ministro do STF Alexandre de Moraes chegou
a proferir decisão determinando que, independente de qualquer mudança, Igor
Romário continue com o caso. Com a interinidade de Rosseti , Igor Romário segue
em suas funções.
Isso significa que a equipe montada por Valeixo
continuará tocando os inquéritos que preocupavam Bolsonaro , como o das fake
news. Outras apurações também ficarão a cargo da PF , como o inquérito que
apura as acusações feitas por Moro a Bolsonaro de interferências indevidas na
Polícia Federal, o inquérito que apura a organização de atos antidemocráticos e
também uma investigação por racismo contra o ministro da Educação Abraham
Weintraub.
Em sua decisão, Moraes afirmou que havia desvio de
finalidade na nomeação de Ramagem e entendeu que ela foi feita por Bolsonaro
para satisfazer seus interesses pessoais em detrimento dos princípios da
administração pública.
Ao anunciar seu pedido de demissão, Moro afirmou
que Bolsonaro desejava fazer interferências políticas na PF, frear
investigações contra aliados seus (como o inquérito das fake news) e obter
informações de inteligência da corporação, atitudes que o ex-ministro
considerou inaceitáveis.
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