Vacina de Cuba contra coronavírus é FAKE
Cuba firmou parceria com China para curar pacientes
com interferon alfa 2B, medicamento que já existia; saiba mais sobre o boato.
Ainda não existe uma vacina contra o novo
coronavírus. Publicações nas redes sociais afirmam que Cuba já desenvolveu a
imunização contra o vírus, o que é falso. Na verdade, o governo cubano firmou
uma parceria com a China para tratar pacientes do covid-19 com o medicamento
interferon alfa 2B. De acordo com o Granma, jornal oficial da ilha, o remédio
obteve resultados positivos na cura de 1.500 pacientes chineses.
O interferon alfa 2B não é um medicamento novo. De
acordo com a Fiocruz, ele tem sido usado em pacientes de hepatite B, hepatite
C, leucemia e outros.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que
ainda não existem medicamentos ou terapias comprovadamente capazes de evitar a
infecção pelo novo coronavírus. A entidade informa que o vírus é tão novo e
diferente que precisa de uma vacina própria. As imunizações contra pneumonia e
gripe não oferecem proteção contra o SARS-Cov-2. Até agora, a forma mais eficaz
de se proteger é com medidas de higiene simples, como higienizar as mãos com
água e sabão ou álcool em gel.
A OMS tem apoiado cientistas que estão pesquisando
opções de vacina. No entanto, ainda não há previsão de quando elas podem ser
liberadas para o público. De acordo com o Instituto Butantan, “o processo de
pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina é constituído de diversas etapas,
tratando-se, portanto, de um processo demorado, de alto investimento e
associado a riscos elevados”.
A primeira etapa de desenvolvimento de uma vacina é
de pesquisa básica; depois, são realizados estudos pré-clínicos (sem pessoas).
Só então a imunização é testada em seres humanos e, após um longo processo,
pode ser disponibilizada para a população.
O Estadão Verifica também entrou em contato com a
BioFarmaCuba, empresa citada como responsável pelo desenvolvimento da vacina na
ilha. Não obtivemos resposta até a publicação desta checagem.
O E-Farsas também checou esse boato.
Este boato foi checado por aparecer entre os
principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem
acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua
viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas
verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o
alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas
recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas
como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que
tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
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