Em três semanas, Itália tem mil mortes por coronavírus
País enfrenta quarentena geral.
A Itália passou nesta quinta-feira (12) a marca de
mil mortes (foram 1.016 registradas) causadas pelo novo coronavírus, 189 a mais
do que no dia anterior. Em três semanas, o país pulou de um paciente
contaminado internamente para 15.113 pessoas contagiadas. Dessas, além dos
óbitos, 7.803 estão internadas nas estruturas sanitárias de todo o país, 5.036
cumprem isolamento domiciliar e outras 1.258 foram curadas.
Com quase 9 mil casos, a Lombardia, no Norte do
país, continua como a região mais afetada pelo vírus. As medidas para conter a
circulação de pessoas, implantadas gradualmente a partir do dia 24 de fevereiro,
quando todas as escolas da região foram fechadas, parecem ainda não ter tido
efeito na escalada dos números.
É por isso que as restrições, semana a semana e,
agora, dia a dia, têm se tornado mais duras. Desde quarta-feira, só serviços
essenciais, como supermercados, farmácias e transporte público, podem
funcionar. Todo o resto, inclusive a presença de pessoas nas ruas sem motivo de
saúde ou trabalho, está proibido.
Ao anunciar a interrupção das atividades comerciais
não essenciais na quarta, o primeiro-ministro Giuseppe Conte afirmou que os
resultados serão visíveis nas próximas semanas.
– É importante estar ciente de que começamos há
pouco a mudar os nossos hábitos. Só poderemos ver os efeitos desse nosso grande
esforço em umas duas semanas – disse Conte.
Uma das primeiras cidades a entrar, ainda em
fevereiro, em quarentena coletiva máxima, Codogno, a 60 quilômetros de Milão,
está finalmente vendo a diminuição dos contágios.
Foi ali que, no dia 20 de fevereiro, foi confirmado
que o vírus circulava sem controle pelo Norte da Itália. A notícia veio após o
resultado positivo de um homem de 38 anos, maratonista, que, com sintomas
graves respiratórios, ficou cerca de 36 horas internado em um hospital, em
contato com parentes, amigos, pacientes e operadores de saúde.
Chamada de Wuhan italiana, a cidade de 16 mil
habitantes foi colocada imediatamente em quarentena máxima, isolada por
barreiras policiais. Os moradores foram submetidos a toque de recolher, e todos
os estabelecimentos foram fechados, antecipando o que agora, três semanas
depois, foi estendido a todo país.
A estratégia deu certo. Se antes os casos positivos
cresciam exponencialmente, tendo causado quase 40 mortes, nesta semana os
números de novos infectados voltaram a caber nos dedos das mãos (9 na segunda,
4 na terça).
– Estamos perto de crescimento zero. Esta
emergência se combate de um só modo: é preciso uma mudança de mentalidade e
comportamento. Se vence com a responsabilidade coletiva, todos são preocupados
com a própria saúde e com a dos outros. Esta é a chave – diz o prefeito de
Codogno, Francesco Passerini.
*Folhapress
Nenhum comentário