Decreto para zerar tributo em querosene de aviação sai neste ano, preço das passagens aéreas irá diminuir
Apesar de não ser possível retirar a cobrança ainda
em 2020, o plano é sinalizar desde já às companhias como será o cenário no
próximo ano.
O governo vai editar um decreto para zerar, a
partir de 2021, a incidência de PIS/Cofins sobre o combustível utilizado em
aeronaves. Apesar de não ser possível retirar a cobrança ainda em 2020, o plano
é sinalizar desde já às companhias como será o cenário no próximo ano.
A iniciativa faz parte de um pacote de medidas para
reduzir o valor do querosene de aviação, atrair mais empresas para o setor e
aumentar a competitividade. Em dezembro do ano passado, o Estado revelou que o
Ministério da Infraestrutura estudava zerar esses impostos.
Segundo o secretário nacional de Aviação Civil,
Ronei Saggioro Glanzmann, a proposta do decreto já está "praticamente
pronta" para ser enviada à Casa Civil. A ideia da Secretaria Nacional de
Aviação Civil (SAC) é ver a medida no ar em março.
Segundo Glanzmann, a renúncia da União será de R$
250 milhões ao ano, valor que considera "pequeno". Com a medida, o
impacto em cada litro de querosene seria de R$ 0,07. Hoje, o litro do
combustível custa aproximadamente R$ 3.
"Queremos andar com isso rápido e enviar em
março, mas com vigor a partir de 1º de janeiro de 2021, por uma questão
orçamentária" disse Glanzmann.
Outra iniciativa do ministério é editar ainda neste
ano - também para valer somente a partir de 2021 - a medida provisória para
retirar o adicional de tarifa de embarque pago para voos estrangeiros, que hoje
é de US$ 18.
Plano
Atacar o preço do querosene é um dos pilares do
programa do Ministério da Infraestrutura para impulsionar o setor de aviação. O
valor do combustível é um dos obstáculos para a chegada de novas empresas ao
País: o produto no Brasil é cerca de 40% mais caro do que a média
internacional.
A notícia de que o governo prepara decreto para
zerar o PIS/Cofins foi bem recebida pela Associação Brasileira das Empresas
Aéreas (Abear). O presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, lembra que o
mercado já aguardava a medida - uma demanda antiga do setor. "Novas rotas
poderão ser trabalhadas e terão impacto positivo para o consumidor",
disse.
Apesar de considerar que o decreto trará impactos
positivos para a cadeia de custos das companhias, Sanovicz afirmou não ser
possível saber se a redução provocará efeito direto no preço das passagens
aéreas. O presidente da Abear lembrou que a tarifa é formada por diversos
componentes, sendo que alguns deles ainda geram insatisfação e preocupação
entre as empresas.
"As grandes batalhas são a precificação em
dólar em querosene produzido no Brasil, o ICMS no voo doméstico e a tributação.
Mas claro, a medida do governo tem nosso apoio e merece nosso aplauso",
disse Sanovicz.
Fonte: estadao
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