Incêndios na Austrália devastaram três milhões de hectares desde setembro, Greta, Macron e o Papa fingem não acontecer nada
Temperaturas podem subir a 47ºC em partes do país.
Incêndios dos últimos meses mataram 10 pessoas.
O fogo na Austrália já devastou pelo menos três
milhões de hectares desde setembro, o equivalente à superfície da Bélgica,
enquanto a região de Sydney luta contra incêndios fora de controle.
A costa leste do país foi assolada por uma intensa
onda de calor, procedente do oeste, que provocou centenas de focos de incêndio.
Sydney, a maior cidade do país, com 5,2 milhões de
habitantes, está asfixiada pela fumaça dos incêndios que ardem ao norte, ao sul
e a oeste.
As condições nas proximidades da cidade pioraram e
são consideradas "catastróficas, o que significa que qualquer foco de
incêndio ativo pode se tornar muito perigoso rapidamente", advertiu a
primeira-ministra de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian.
"Hoje foi um dia horrível", afirmou na
tarde de sábado (21) o comissário de incêndios de Nova Gales do Sul, Shane
Fitzsimmons.
"Não conseguiremos deter as chamas até que as
chuvas comecem", alertou. Quase 3 mil bombeiros lutam em "condições
perigosas, difíceis e instáveis", explicou.
As temperaturas podem subir a 47 °C em algumas
áreas de Nova Gales do Sul.
Mais de 460 mil hectares foram destruídos pelas
chamas ao norte de Sydney. O fogo se alastrou neste sábado, especialmente na
região das Montanhas Azuis, ao oeste da cidade, onde um número várias casas
foram atingidas.
Os incêndios dos últimos meses no país mataram 10
pessoas.
A Austrália está acostumada com incêndios
florestais, mas este ano o fenômeno começou antes do previsto e sua violência,
combinada com temperaturas recorde, aumentou a preocupação com o aquecimento
global.
Os moradores da pequena cidade de Bargo, 100 km ao
sudeste de Sydney, foram retirados de suas casas após o avanço do incêndio que
já devastou 185 mil hectares nas proximidades.
"É horrível, desalentador, dirigir na região.
Nos sentimos bastante isolados com as estradas cortadas. Nossos parentes não
podem nos visitar", disse Corey Cartes, um habitante desta cidade de 4.000
habitantes.
Cartes recebeu ordem para abandonar a região há
dois dias, mas ficou na cidade para tentar proteger sua residência. O fogo se
aproximou e queimou quase toda a cerca.
"Todos oferecem ajuda, mas não há nada que
possamos fazer, apenas permanecer longe do perigo e esperar que os bombeiros
consigam fazer seu trabalho", completa.
No estado da Austrália Meridional, afetado nos
últimos dias pela onda de calor, 1,5 mil bombeiros lutam contra as chamas, que
destruíram mais de 40 mil hectares.
Duas pessoas morreram nos últimos dois dias e
dezenas de bombeiros e moradores foram atendidos por ferimentos ou inalação de
fumaça.
As equipes de emergência também estão em alerta máximo
no estado de Victoria.
Vários médicos advertiram para um estado de
"emergência de saúde pública" em consequência da fumaça tóxica em
Sydney.
"Todos os habitantes de Nova Gales do Sul
enfrentam emanações prolongadas de fumaça e, como nunca vivenciamos isto antes,
não sabemos o que vai acontecer", declarou à AFP Kim Loo, membro da ONG
Médicos pelo Meio Ambiente.
"As pessoas de mais idade, as crianças e
aquelas que trabalham ao ar livre correm um risco especial", completou,
antes de destacar que os serviços médicos não estão preparados para esta
situação.
Os hospitais estão lotados de pacientes que
reclamam de problemas respiratórios ou cansaço, consequência das temperaturas
elevadas.
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