Netflix é boicotada após novo filme do Porta dos Fundos zombando da Fé Cristã e de Jesus gay
Romance gay entre Jesus e o diabo é insinuado na
produção de Fabio Porchat e Gregório Duvivier.
Cristãos têm promovido boicote à Netflix após a
plataforma de streaming lançar mais um filme polêmico produzido pelo Porta dos
Fundos. Lançado no dia 3 de dezembro, A Primeira Tentação de Cristo sugere uma
relação homossexual entre Jesus e Satanás e põe Deus, Maria e José como um
triângulo amoroso.
Espírita, o ator Carlos Vereza detonou o grupo em
suas redes sociais. Ele acusou a trupe de Porchat e companhia de debochar da fé
cristã e os chamou de idiotas pretensiosos.
– Vocês são safos, descolados, sub imitação dos
filmes trash-refuse-pornô, supostos pós-modernos num país em eterno
subdesenvolvimento. Idiotas pretensiosos, estafetas da Nova Ordem Mundial, que
têm como pauta, desde a Escola de Frankfurt, a desconstrução da família e da
religião. Nada de novo no front: fazer paródia de Jesus gay e de esquerda,
talvez para sublimar desejos e inclinações mal resolvidas – disse o ator, que
ainda citou o texto de Romanos 1:26-27.
A Primeira Tentação de Cristo foi lançada uma
semana após o grupo vencer o Emmy Internacional com o filme Se Beber, Não Ceia.
Lançada no ano passado, a produção teve repúdio por parte dos religiosos ao fazer
uma paródia da última Ceia de Cristo, interpretado por Fábio Porchat.
Vice-presidente da União dos Juristas Católicos de
São Paulo (UJUCASP), o advogado Paulo Henrique Cremoneze classifica as duas
obras como algo desrespeitoso, agressivo e que tangencia a fronteira tênue da
intolerância religiosa. Ele afirma que a liberdade de expressão não é salvo
conduto para abusos e atos blasfemos, moralmente condenáveis e absolutamente
desrespeitosos.
– Uma garantia constitucional não pode jamais ferir
outra. A atitude do Porta dos Fundos fere a liberdade religiosa e deforma
profundamente o autêntico conceito de arte. Os cristãos de todas as confissões
devem se unir em defesa dos valores fundamentais da fé e expor seu veemente
repúdio ao filme, ao Porta dos Fundos e a própria Netflix.
O filme sugere uma relação homossexual entre Jesus
e Satanás e põe Deus, Maria e José como um triângulo amoroso
Paulo Henrique ainda aconselha os cristãos a
exporem seu descontentamento e até mesmo a boicotarem a Netflix e demais empresas
que têm os humoristas como garotos propaganda. Ele acredita que a Verdade deve
ser defendida e o respeito ao sagrado deve ser preservado.
– Não sei se a atitude horrível, blasfema e
ofensiva do Porta dos Fundos configurou algum crime e se o Ministério Público,
fiscal da lei e grande advogado da sociedade, poderá processar seus
protagonistas, mas sei que a sociedade organizada tem o dever de externar seu
descontentamento e os católicos, protestantes e ortodoxos de exigir respeito a
fé cristã.
Presidente da Religious Freedom Business
Foundation, empresa que atua há quatro anos resolvendo problemas causados por
restrições e hostilidades religiosas, o advogado Ricardo Cerqueira Leite
ressalta que a Constituição assegura o direito à liberdade religiosa. A partir
do momento em que uma obra dita de arte ofende a crença de outras pessoas,
existe um excesso que ofende a tradição do país.
– O Brasil é um povo de maioria cristã e a obra
ofende essa crença porque os princípios e os valores pregados e ensinados pelo
Cristianismo não estão alinhados com essa prática. Há, naturalmente, por trás
de uma ideia de um direito de liberdade de expressão, uma ofensa muito grave
aos costumes cristãos. Por isso, entendo que se trata sim de um ato de
intolerância religiosa travestido de liberdade de expressão.
Cerqueira esclarece que o Ministério Público tem
titularidade para propor uma ação civil pública e pode requerer a retirada do
filme e a proibição de sua exibição fundado no elemento intolerância.
– Não podemos ignorar o fato de que o Brasil é um
país cristão e sua história e fundação estão vinculadas ao Cristianismo. A
partir do momento que esses valores são ridicularizados ou colocados num
contexto de possível ridicularização, entendo que há ofensa.
Em um dos trechos do filme, Jesus aparece tomando
chá alucinógeno e se questionando sobre sua própria missão na terra
Em um texto publicado no portal Coalizão pelo
Evangelho, o pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro Imperial, na cidade do
Rio de Janeiro, Joel Theodoro, classificou o conteúdo do grupo liderado por
Fábio Porchat e Gregório Duvivier como um humor “morbidamente ácido com
respeito a temas do Cristianismo”.
– Ao passarem de alocadores a produtores ou
coprodutores de vídeos que zombam claramente da fé alheia, especialmente de
Cristo, os serviços deixaram de ser compatíveis comigo e minha casa, uma vez
que entendo que a verba mensal que pago representa parte da verba utilizada
nesse projeto. Um cristão passaria, então, de cliente com reservas a patrocinador
da desfaçatez com que trataram a fé cristã – escreveu o pastor.
A divulgação feita nas redes sociais do Porta dos
Fundos faz uso de passagens bíblicas de forma distorcida. Uma delas diz “Não
cobiçarás a mulher do próximo. Mas se fordes Deus, cobiçareis sim”. Em um dos
trechos do filme, Jesus – interpretado por Duvivier – aparece tomando chá
alucinógeno e se questionando sobre sua própria missão na terra. O pastor
Renato Vargens, sênior da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, no Rio de
Janeiro, disse que o Porta dos Fundos já passou dos limites há muito tempo e os
acusou de blasfema contra Cristo de forma acintosa.
– O grupo composto por esquerdistas adora falar em
tolerância, contudo, são os primeiros a destilarem ódio e zombaria para com os
cristãos. Senão bastasse isso, essa companhia de humor tem cometido
repetidamente crime de vilipêndio a fé, previsto no Artigo 208 do código penal.
Portanto, diante o desrespeito para com a religião alheia, espero que o
Ministério Público se posicione contra esses senhores. Digo mais, o que esse
grupo de comediantes fez e faz, nunca foi e jamais será liberdade de expressão.
Antes pelo contrário, isso é crime e precisa ser punido com o rigor da lei –
declarou ao Pleno.News.
Nas suas redes sociais, Porta dos Fundos faz uso de
passagens bíblicas, como: “Não cobiçarás a mulher do próximo. Mas se fordes
Deus, cobiçareis sim”.
A pastora Helena Raquel, da Assembleia de Deus Vida
na Palavra, em Queimados, na cidade do Rio de Janeiro, acredita que a ofensa à
religião precisa ser considerada e observada como intolerância. Ela critica o
grupo por violar e ridicularizar os sentimentos da comunidade cristã.
– Se as autoridades não se atentarem para tal
manifestação de intolerância travestida de humor, corremos o sério risco de
perdermos um dos mais belos traços da nossa gente brasileira em relação aos
outros países do mundo: a capacidade de conviver harmoniosamente com as
diferenças. Cabe a nós como cidadãos cobrarmos dos nossos representantes
políticos uma firme posição. Não é uma questão de censura do pensamento das
minorias, é a preservação do respeito a pessoa humana com suas crenças, que
eles estão tentando lentamente e abruptamente destruir.
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