O comércio com estupro de bebês no Brasil
Ministra Damares alerta que mães chegam a
participar do abuso em que o pai faz criança tomar o esperma.
Crianças têm sido as maiores vítimas de estupro no
Brasil, segundo o Atlas da Violência de 2018. O estudo foi produzido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP) e apontou que 50,9% dos casos registrados de estupro
em 2016 foram cometidos contra menores de 13 anos de idade. Não bastasse o alto
índice, um dado traz outro alerta para a seara de crimes sexuais: o comércio de
vídeos de menores sendo estuprados, principalmente bebês.
Quem tem disparado o alarme sobre o assunto é a
ministra Damares Alves. Responsável pelo Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos, do governo Bolsonaro, Damares afirma que nunca bebês foram
tão estuprados no Brasil como nos dias de hoje. Ela relata que sua equipe não
para de trabalhar em múltiplos casos, analisando imagens e ouvindo relatos. O
que chama atenção da ministra são os detalhes que envolvem as ações de
violência sexual.
Chocada com o que já viu, a ministra relata que em
novembro de 2018, durante a CPI de Maus-Tratos Contra Crianças, chegou a ver
imagens de uma menina de 22 dias sendo estuprada. Naquele período, segundo
Damares, a Polícia Federal prendeu um homem em Campo Grande (MS), que tinha 56
vídeos de estupro de bebês diferentes.
– Um vídeo de abuso de criança pode custar entre
mil e dois mil reais. Se for bebê, pula para 50 mil reais. O comércio da imagem
de abuso de bebês no Brasil tem movimentado esse mercado negro – explica a
ministra.
Em sua luta contra o abuso sexual de crianças,
Damares ressalta que continua recebendo ameaças de morte. Diz que não tem medo
de morrer e rechaça os grupos de terroristas, pedófilos, exploradores sexuais
de crianças e adolescentes que vem desejando sua morte a fim de interromper seu
trabalho, já que a comercialização do corpo de menores tem também sido alvo do
crime organizado.
Segundo dados divulgados em maio de 2019 pelo
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Disque 100 (Disque
Direitos Humanos) recebeu 76.216 denúncias no ano passado envolvendo crianças e
adolescentes, sendo que 17.093 desse total se referia à violência sexual. A
maior parte de abuso sexual (13.418 casos) e denúncias de exploração sexual
(3.675). Só nos primeiros meses deste ano, informou Damares, são 4.736
denúncias recebidas de violência sexual.
A Polícia Federal fortifica investigações com o
apoio da Secretaria da Criança e do Adolescente. Em setembro de 2017, um casal
foi preso em flagrante em um motel da cidade de Manaus (AM), por suspeita de
crime de estupro contra bebê de sete meses. A mulher de 24 anos e um médico
peruano de 45 anos levaram a criança para o motel e uma funcionária acionou a
polícia após ouvir a criança chorando dentro de um dos quartos.
– Já vi imagens muito fortes. Tem uma cena em que
depois que um homem abusa do bebê, ele ejacula no peito da mãe para que a
criança possa mamar o esperma dele. Ou seja, a mãe participando do abuso. Em
Curitiba, em novembro do ano passado, uma nenê de apenas oito dias foi
estuprada e não sobreviveu.
O abuso de bebês no Brasil chama atenção pela
crueldade. Damares ainda aponta que existem fóruns de debates na Deepweb com
títulos Anal com Bebês, Bebês Gostosos. E há troca de mensagens entre pais.
– Uma das mensagens que me impressionou muito foi
de um pai falando para uma pessoa que a sua mulher estava grávida e que ela já
estava fazendo planos. Ele diz o seguinte: “eu gostaria de saber quais os
anestésicos e pomadas que eu posso usar, porque eu sei que a partir de seis
meses, eu já posso fazer anal com ele”. Essa é a realidade do Brasil com nossas
crianças. Nossa nação está doente – lamenta Damares.
O Ministério da Saúde alerta que os casos de
violência sexual no país somaram 184.524 ocorrências entre 2011 e 2017, sendo
mais de 58 mil contra crianças (31,5%) e mais de 83 mil (45%) contra
adolescentes. Quase 70% desses casos aconteceram dentro das casas das vítimas.
COMO AJUDAR A ACABAR COM O ESTUPRO DE CRIANÇAS
Segundo o artigo 13 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), em caso de suspeita ou confirmação de violações de direitos
humanos de crianças e adolescentes, de qualquer tipo, incluindo a violência
sexual (abuso ou exploração sexual), o caso deve ser sempre denunciado.
No Brasil, o principal canal de denúncias de crimes
sexuais cometidos contra crianças e adolescentes é o Disque Denúncia Nacional,
ou Disque 100, coordenado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos.
Ligue 100 (ligação gratuita).
https://pleno.news/
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