Mundo tem inveja do acesso do Brasil a Trump, diz Araújo
Segundo o ministro, reunião entre Trump e Eduardo
Bolsonaro foi um claro sinal de reaproximação entre Brasil e EUA.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dará
tratamento especial ao filho do presidente Jair Bolsonaro caso ele seja
confirmado como embaixador em Washington, segundo o ministro das Relações
Exteriores.
Em entrevista alguns dias depois de visitar a Casa
Branca, Ernesto Araújo disse que a reunião que teve no último fim de semana com
Trump e o deputado federal Eduardo Bolsonaro foi um claro sinal de
reaproximação entre Brasil e EUA.
“É raríssimo o presidente dos EUA receber quem não
seja presidente ou chefe de estado. Indica uma posição muito especial da nossa
relação”, disse Araújo em seu gabinete em Brasília. “Ficou claro que Eduardo
Bolsonaro será muito bem-vindo e terá acesso direto aos círculos mais altos e
ao próprio Trump.”
O presidente dos EUA chama muito poucos
embaixadores pelo primeiro nome, acrescentou Araújo, e outros países “têm
inveja, caso venha se concretizar isso, de o Brasil ter em Washington um
embaixador que terá seguramente o nível de acesso que o Eduardo terá.”
O presidente Bolsonaro insiste em que o filho
Eduardo seja embaixador nos EUA, apesar das críticas no Brasil e no exterior.
Embora o governo Trump tenha dado aval à nomeação, a escolha de Eduardo ainda
precisa ser aprovada pelo Senado.
Os favoráveis à indicação de Eduardo, que já
apareceu com um boné com os dizeres “Trump 2020” e certa vez chamou os
imigrantes brasileiros indocumentados nos EUA de “vergonha”, é a melhor pessoa
para representar o Brasil em Washington. Para os críticos, é um caso de
nepotismo.
Sob comando de Bolsonaro, o Brasil trocou uma longa
tradição de multilateralismo, que permitia ao país manter laços comerciais e
diplomáticos tanto com os EUA como seus inimigos, por um alinhamento total com
Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
No entanto, Araújo disse que não há planos de
transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, como prometido
por Bolsonaro. Por enquanto, o país planeja apenas ter uma representação
comercial em Jerusalém.
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