Quadrilha chilena diz que passou a atuar no Brasil por penas mais brandas para criminosos
Uma quadrilha de chilenos que foi presa neste
sábado após invadir um apartamento e fazer uma família refém no bairro do
Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio, disse em depoimento à Polícia
Civil que passou a atuar no Brasil por considerar o sistema penal mais brando
do que em outros países da América do Sul.
Segundo o delegado Antenor Lopes, da delegacia do
Leblon, o grupo chegou a apresentar identidades falsas -- da Venezuela --, mas
depois foi constatado que tratava-se de chilenos.
"Esses bandidos ficam aqui para praticar
crimes, pois acham que o sistema de segurança no Brasil é mais frágil. Eles
disseram que se forem presos roubando no país de origem, eles ficam cinco ou
dez anos presos e não contam com progressão de pena. Aqui cumpre um terço e saí
da prisão". O delegado disse ainda que a polícia apura se o grupo já foi
preso, julgado e condenado em São Paulo.
De acordo com as investigações, eles trocam de
identidade com frequência para dificultar a identificação e se manterem sempre
como réus primários. Família refém Ao todo seis membros da quadrilha foram
presos.
Três deles invadiram um apartamento no bairro do
Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Os criminosos arrombaram o
portão de um prédio na Avenida Genaro de Carvalho e com uma chave de fenda
invadiram um imóvel.
No local, eles mantiveram refém uma família -- um
bebê de dois meses, a mãe da criança e um casal de idosos. As vítimas foram
amarradas. Os bandidos chegaram a ameaçar a mãe do bebê com um ferro elétrico
que estava sendo usado no momento que o grupo invadiu o apartamento. De acordo
ainda com a polícia, o bebê de dois meses foi amarrado junto à mãe na tentativa
de fazer com que ele parasse de chorar. O grupo roubou joias, notebook,
celulares, dinheiro e outros objetos. De acordo ainda com o delegado, os itens
foram vendidos na favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
O grupo foi preso no mesmo dia em um imóvel,
alugado para temporada, onde ficavam baseados em Copacabana, na zona sul do
Rio. Os chilenos especializados no roubo de bolsas de grife e que integram a
quadrilha também foram presos. As investigações sobre a atuação do grupo
tiveram início após um furto em um restaurante no Shopping Leblon, no dia 12 de
agosto. Uma cliente teve uma bolsa no valor de R$ 10 mil roubada no interior do
shopping. "Com base em ações de inteligência e monitoramentos os agentes conseguirem
chegar a identificação dos criminosos", informou a Polícia Civil.
Os três chilenos responsáveis pelo roubo de bolsas
foram identificados inicialmente como Jocelin Stephanie Serrano Ulhoa, 36,
Priscilla Alexandra Pohl Munhos, 36, e Victor Manuel Gonzalez Beiza, 36. O trio
foi preso na Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon. Eles também usavam um
apartamento alugado para temporada em Copacabana como base. Eles foram autuados
por furto qualificado e associação criminosa.
Em um prédio vizinho foram capturados os outros
três chilenos: Diego Alejandro Briceno Salas, 28, Juan Luís Flores Espejo, 45,
e Roberto Andrés Fuentes Manquecoy, 39, que vão responder por roubo
qualificado, associação criminosa e uso de documento falso. A prisão da quadrilha
ocorreu durante uma ação conjunta das Delegacias do Leblon, na zona sul, e da
Tijuca, na zona norte da cidade.
Temos que ter armas para nos defender, ontem mesmo fui assaltado no meu comércio, ligamos para policiais e eles falaram a verdade, não podemos fazer nada.
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