Partido Novo e Vem pra Rua protestam contra aumento de salários de ministros do STF
Manifestantes usaram togas e máscaras de
"sinistros", fizeram críticas aos altos salários pagos ao Poder
Judiciário
Quem passou pelo Recife Antigo na tarde deste
domingo (18), deparou-se com jovens e adultos do Partido Novo, apoiados pelo
movimento Vem pra Rua, que protestavam, no Marco Zero, contra o aumento dos
salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Alguns manifestantes usavam
togas pretas e máscaras com rostos de “sinistros do STF”, numa crítica ao
Judiciário e aos novos valores salariais que os magistrados podem receber, que
pode sair de R$ 33 mil para R$ 39 mil, causando um efeito em cascata em todo o
serviço público.
Os organizadores fizeram discursos e cobraram que o
presidente Michel Temer (MDB) vete o aumento. Uma das organizadoras do evento,
Alexandra Morais, filiada ao Partido Novo, lembrou que os magistrados
brasileiros já ganham mais do que os que trabalham nos Estados Unidos e na
Inglaterra, dois países de primeiro mundo. “O Brasil não é uma potência
mundial. Precisamos combater a zica, a dengue, a chicungunha... Como pode um
salário desses?”, indagou Alexandra.
O Partido Novo surpreendeu na disputa eleitoral
deste ano, mesmo que o seu presidenciável, João Amoêdo, tenha obtido apenas 2,6
milhões de votos (2,5% do total). A legenda, deferida pelo Tribunal Superior
Eleitoral em 15 de novembro de 2015, elegeu oito deputados federais, um
distrital, o governador de Minas Gerais (Romeu Zema) e 11 estaduais. Nenhum
deles é do Nordeste. Já o PCdoB, por exemplo, não escapou da cláusula de
barreira, mesmo sendo um dos mais antigos da política brasileira, tendo sido
aprovado em 23 de junho de 1988, ou seja, ter 30 anos.
Segundo Alexandra Morais, o ato político foi bem
recebido pelos que foram passear no Recife Antigo. “Diante da situação que
estamos no Brasil, com cerca de 14 milhões de desempregados, com estados
quebrados, comprometidos com pagamento de pessoal, esse aumento é um tapa na
cara. Quanto mais se gasta em pagamento de pessoal, menos se pode gastar em
saúde, saneamento, educação. Esse aumento, se for aprovador por Michel Temer,
causará uma despesa extra no país em cascata de R$ 6 bilhões”.
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