Conheça o senador evangélico que derrotou Dilma Rousseff nas urnas
O jornalista Carlos Alberto Dias Viana, 55 anos,
foi uma das surpresas das eleições este ano. Bem-sucedido em sua carreira na
mídia de Minas Gerais, estreia na vida pública vencendo sua primeira eleição já
como senador. O feito é para poucos, especialmente quando a ex-presidente Dilma
Rousseff (PT), era apontada como favorita pelos institutos de pesquisa.
Viana obteve 3,56 milhões de votos, o equivalente a
20,22% do total. Dilma terminou em quarto lugar, com pouco mais de 2,5 milhões
de votos (15,17%).
Concorrendo pelo pequeno PHS, ele não fez uma
campanha milionária como seus adversários. Porém, contou com o apoio de
diferentes igrejas, sagrando-se como o primeiro senador evangélico eleito por
Minas. Quem o acompanha nas redes sociais sabe que ele fala abertamente sobre
sua fé e valores.
Em entrevista exclusiva ao Gospel Prime, o político
conta um pouco sobre suas expectativas de atuação na próxima legislatura e sua
luta pela melhoria da educação no país.
Como foi a corrida eleitoral para o senhor, que
acabou derrotando a ex-presidente Dilma, apontada como favorita?
Foi uma disputa muito difícil. Porque, pela
primeira vez na história de Minas Gerais, um senador independente pediu votos.
Fora das grandes coligações, sem apoio de ex governador ou governador, e também
sem recursos.
A vitória foi alcançada pelo desejo de mudança da
população. Quanto a ex-presidente Rousseff, ela não fez campanha com tanto afinco.
Eu fui buscar voto, presencialmente, entre quilombolas, indígenas e nos
principais grupos do partido dela. Lá também havia um desejo muito grande de
mudança.
Qual sua expectativa para o próximo governo, em
especial em um Congresso com perfil mais conservador?
A expectativa é muito positiva. O presidente foi
eleito com o desejo da maioria em mudar, em ver alguém que tivesse uma posição
muito firme, principalmente nas questões relacionadas à violência e corrupção.
Acredito que, em breve, o parlamento e o poder
legislativo também vão caminhar por uma agenda de projetos e decisões que o
Brasil precisa tomar com mais rapidez.
Quais as principais bandeiras do seu mandato?
Meu principal objetivo é rediscutir e reestruturar
a educação pública no Brasil. Em segundo plano, trabalhar também a questão da
mobilidade em Minas, e no país, de uma forma geral.
Melhorar o transporte público, as estradas e,
especialmente, a possibilidade de redução nos preços das tarifas, que hoje,
estão muito altas nas principais regiões do país. Os salários estão
sobrecarregados, e esse fator tem que ser considerado no custo para o
transporte dos cidadãos.
Como evangélico, como o senhor avalia o papel desse
segmento na política brasileira, em especial o da Frente Parlamentar
Evangélica?
Essa corrente está em crescimento. Ao que tudo
indica, vai ocupar mais espaço. Os evangélicos brasileiros querem ser respeitados
nas pautas que nós entendemos como importantes.
A liberdade religiosa, principalmente também tem
que ser discutida. Os líderes evangélicos não querem influenciar na vida do
Estado, mas também não querem que o Estado atue diretamente no cotidiano das
igrejas.
De que maneira sua fé em Jesus influenciará seu
trabalho parlamentar?
Apenas na vontade de vencer e de encarar a vida de
uma forma sempre otimista. Jesus é um vencedor e nos ensina que aqueles que têm
fé também são vencedores. A questão política, muda muito pouco. A minha visão é
uma visão que sabe lidar com pessoas de credos diferentes e com percepções
diferentes no tocante à religião.
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