Haddad trai Lula e tira nome e foto do ex-presidente de material de campanha
O PT fez um retoque stalinista na fotografia oficial da campanha de
Fernando Haddad e apagou a imagem do criminoso mandado para o Gulag.
Slogan também passou por mudança e agora é 'O
Brasil para todos' no lugar de 'O Brasil feliz de novo'
Reunida nesta quarta-feira, 10, em São Paulo, a
coordenação da campanha do PT decidiu que no segundo turno a candidatura de
Fernando Haddad vai ter caráter de frente política. Para isso o vermelho do PT
perdeu espaço para o verde e amarelo da bandeira brasileira no material de
campanha, o slogan passou a ser "O Brasil para todos" no lugar de
"O Brasil feliz de novo" e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
desaparece da foto oficial.
O PSOL e o PSB foram incorporados à estrutura da
campanha que já tinha PT e PC do B. O próximo passo é abrir espaço para o PDT
de Ciro Gomes.
Em outra frente, a campanha vai atuar na TV e nas
redes sociais para desconstruir a imagem de Jair Bolsonaro (PSL). "Agora é
partir para a desconstrução, mostrar que ele é um falso nacionalista e não é
contra o sistema, ao contrário, é parte do sistema", disse o presidente do
PSOL, Juliano Medeiros.
Integrantes da campanha petista admitem que
encontram dificuldades para encontrar um flanco pelo qual Bolsonaro fique
vulnerável, mas orientaram a militância a explorar nas redes sociais as
propostas econômicas de aliados do deputado como o candidato a vice, general
Hamilton Mourão, que se manifestou contra o 13º salário e o adicional de
férias.
Nos últimos dias, membros da campanha e aliados
começaram a defender que Haddad se descole da imagem de substituto de Lula e
mostre mais sua própria personalidade. Em vídeos para as redes sociais, Haddad
começou a se apresentar como candidato sem citar o nome do padrinho político,
como fez fortemente no primeiro turno da disputa.
Lula sai dos santinhos mas continua na TV. A
estratégia, segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é manter Lula no
centro do debate como representante de um projeto de Brasil que deu certo e que
Haddad é o homem certo para executar este projeto.
"O Lula mantém a centralidade como legado, mas
o desafio é mostrar que Haddad tem capacidade de implementar o projeto que Lula
representa", disse Gleisi.
Segundo ela, seria uma "burrice" esconder
Lula na campanha porque é o ex-presidente quem tem conexão com o povo. Para
reforçar o caráter de frente, a campanha quer aumentar sua amplitude atraindo
partidos, personalidades e movimentos da sociedade. Nas redes sociais, a ideia
é que os eleitores e militantes tenham autonomia para distribuir conteúdos
contra Bolsonaro e em defesa de Haddad, principalmente em grupos do WhatsApp.
O PC do B defende que o programa de governo seja
resumido a poucos pontos de convergência que sirvam de guarda-chuva para
abrigar forças dispostas a aderir à campanha, mas discordam do programa
petista. "O PC do B defende que o programa tem dois ou três pontos
bastante amplos que representem a essência da campanha de Haddad. Este é um
pacto democrático", disse o vice-presidente do PC do B, Walter Sorrentino.
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