Não vim aqui para bater boca com um desqualificado, diz Bolsonaro em resposta a Boulos
Fatos e declarações polêmicas atribuídos ao
deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) marcaram o primeiro bloco do debate entre
candidatos à Presidência promovido pela Band na noite desta quinta-feira (9).
Em sua primeira pergunta, Guilherme Boulos (PSOL)
escolheu Bolsonaro para responder e começou dizendo ao deputado que o Brasil
todo sabe que ele é "machista", "racista" e
"homofóbico", além de ter feito da política um "negócio em
família".
Sem demonstrar alteração, o presidenciável do PSL
permaneceu sentado e disse que não invade as casas dos outros nem leva terror
às cidades, referência ao fato de Boulos ser líder do MTST (Movimento de
Trabalhadores Sem Teto).
Depois de ouvir como réplica que é "farinha do
mesmo saco" e "representa a velha política corrupta", Bolsonaro
abriu mão do tempo integral de sua réplica.
Ao ser questionado por Boulos sobre a acusação de
que emprega uma funcionária fantasma em Angra dos Reis (RJ) , Bolsonaro disse
que Walderice Santos da Conceição é uma "senhora humilide,
trabalhadora" que ganha R$ 2 mil por mês.
Ele disse ainda em tom de ironia que pensou que
tivesse ido ao debate para discutir política nacional. "Eu não vim aqui
para bater boca com um cidadão desqualificado", declarou o presidenciável.
Depois, Bolsonaro tornou a ser interpelado sobre
uma polêmica envolvendo seu nome. O senador Alvaro Dias (Podemos) perguntou
sobre uma frase do adversário, de que mulheres deveriam ganhar salários
inferiores ao de homens. Questionou também qual seu posicionamento sobre outros
assuntos relacionados ao universo feminino, como estupros e mortalidade
infantil.
Bolsonaro respondeu que as mulheres devem ser
valorizadas, mas reiterou que o Estado não deve interferir na questão salarial
do setor privado. Afirmou ainda que apresentou projeto no Congresso para
castração química de estupradores, que não foi aprovado.
Participaram ainda do debate desta quinta os
candidatos Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB),
Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).
Candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva não pôde participar porque está preso em Curitiba, desde abril,
cumprindo pena pela condenação no caso do tríplex, da Operação Lava Jato. O
partido tentou, mas não conseguiu autorização judicial para que o petista
estivesse no debate.
O jornalista Ricardo Boechat, mediador do evento,
informou no início do programa que Lula foi convidado, mas "está impedido
pela Justiça de participar".
Nessa eleição, as emissoras de TV não são obrigadas
a convidar João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC)
e Vera Lúcia (PSTU), cujos partidos não atendem ao requisito de contar com ao
menos cinco parlamentares no Congresso.
Segundo a Band, as regras do debate permitirão 64
confrontos diretos entre os candidatos, entre perguntas, réplicas e tréplicas.
No primeiro bloco, cada candidato podia receber até três perguntas. Apenas
Alckmin foi perguntado três vezes. Boulos e Daciolo não foram questionados.
Cada candidato tem 30 segundos para a pergunta; um
minuto e meio para a resposta; 45 segundos para a réplica; e 45 segundos para a
tréplica.
1º turno terá nove debates; veja lista
O primeiro turno das eleições presidenciais tem,
até o momento, nove debates marcados. O UOL promove o seu debate junto com o
SBT e a Folha de S. Paulo no dia 26 de setembro.
Veja abaixo as datas dos eventos e quais veículos
de comunicação vão realizá-los:
9 de agosto: Band
17 de agosto: RedeTV e revista "IstoÉ"
27 de agosto: rádio Jovem Pan
9 de setembro: TV Gazeta e jornal "O Estado de
S. Paulo"
18 de setembro: revista "Piauí" e site
Poder360
20 de setembro: TV Aparecida
26 de setembro: UOL, SBT e Folha
30 de setembro: Record
4 de outubro: Globo
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