Governo da Áustria fecha sete mesquitas e expulsa líderes muçulmanos extremistas
“O islã político e o extremismo não têm lugar na
Áustria", declarou o chanceler Kurz.
O Ministro das Relações Exteriores da Áustria,
Sebastian Kurz, anunciou nesta sexta-feira, que as autoridades do país irão
expulsar imãs financiados por países estrangeiros e fechar sete mesquitas.
O objetivo do governo, de maioria conservadora, é
lutar contra o chamado “islã político”. Um dos motivos é a controversa
apresentação numa das principais mesquitas de Viena, onde crianças vestidas
como soldados turcos recriaram cenas de uma batalha histórica do Império Turco
Otomano.
Juntamente com o fechamento das mesquitas, os
austríacos irão mandar de volta a seus países os imãs que sabidamente recebem
financiamento exterior, principalmente da Turquia. Eles são acusados de
difundir “ideias extremistas” e de doutrinar menores de idade.
“As sociedades paralelas, o islã político e o
extremismo não têm lugar na Áustria”, declarou o chanceler Kurz numa
conferência de imprensa.
“Na Áustria existe liberdade religiosa”, garantiu o
vice-chanceler Heinz-Christian Strache. “Mas é importante que esse princípio
não seja utilizado para o doutrinamento político”, destacou.
Outra medida anunciada é a dissolução de um grupo
chamado Comunidade Religiosa Árabe, responsável pela administração de seis
mesquitas.
O embasamento para essas ações do governo é uma lei
de 2015 que, entre outras coisas, impede que comunidades religiosas obtenham
financiamento do exterior.
Por sua vez, o ministro do Interior, Herbert Kickl,
disse que as autorizações de residência de dezenas de clérigos islâmicos serão
revistas. O número de expulsos pode chegar a 60 imãs, todos ligados à Turquia.
As mesquitas fechadas estão em lugares distintos do
país, sendo duas na capital Viena, duas na região da Alta Áustria e uma em
Caríntia. Todas são acusadas de difundir ideias nacionalistas turcas, embasada
em uma leitura fundamentalista dos princípios islâmicos.
A associação que gere as mesquitas na Áustria
(ATIB), é formada por cerca de cem mil pessoas. Ela tem laços estreitos com o
Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) do presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan.
A Áustria tem cerca de meio milhão de cidadãos que
professam o islamismo, a maioria de origem turca e bósnia. Eles são cerca de 6%
da população de um país onde a maioria ainda é católica.
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