'Marielle não morreu pelas causas que defendia', diz irmã
Em ato na Câmara dos Deputados, Anielle Franco pede
que assassinato da vereadora seja esclarecido.
A irmã da vereadora do Rio de Janeiro Marielle
Franco (PSOL) cobrou nesta quinta-feira que a polícia desvende o assassinato da
parlamentar e do motorista dela, Anderson Gomes, executados a tiros na semana
passada na capital fluminense. Em declaração à imprensa após participar de
sessão solene do Dia Internacional do Direito à Verdade na Câmara dos
Deputados, Anielle Franco disse acreditar que a irmã não foi morta pelas causas
que defendia.
“Nossa família urge por Justiça. Que as autoridades
competentes consigam descobrir o porquê disso, por que calarem minha irmã. Por
quê? (…) Quero entender por que fizeram isso com ela. Pelas causas que ela
defendia? Acho que não, porque, se fosse assim, muita gente era para estar morta
hoje em dia”, afirmou Anielle. “Independente de posição política, ninguém
merece morrer como ela morreu”, acrescentou.
Anielle disse que a família está muito “sentida”
com mentiras sobre a vereadora que, segundo ela, estão sendo propagadas. “Muita
coisa sendo dita que não é verdade. Toda vez que falo: vou dar só uma
declaração, sinto uma necessidade muito grande de falar para vocês que, em nome
da família, a gente está muito sentido. A gente está muito perdido com tudo
isso”, declarou a Anielle.
O PSOL ingressou com representação no Conselho de
Ética da Câmara contra o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), sob acusação de que
ele quebrou o decoro parlamentar por ter divulgado informações falsas sobre
Marielle. Na sexta-feira, ele publicou no Twitter um comentário em que apontava
suposta relação entre a vereadora e uma organização criminosa. A postagem foi
removida de seu perfil no domingo, após protestos dos internautas.
“A gente quer dizer que o Brasil precisa e
necessita que esse crime seja esclarecido. Isso não pode ficar impune, enquanto
muitos outros já ficaram impune, esse não pode. Não é porque é minha irmã. Não
é isso. Não quero colocar ninguém no pedestal. Quero dizer que foi uma
covardia, uma barbaridade”, afirmou Anielle.
Também presente na sessão solene na Câmara, a
companheira de Marielle, Mônica Benício, cobrou resposta da polícia em rápido
discurso na tribuna da Casa. “As autoridades brasileiras competentes não devem
só a mim a satisfação sobre o que aconteceu com a minha mulher, porque isso não
vai trazer ela de volta, mas ao mundo o respeito e satisfação do que aconteceu
nesse crime bárbaro”, afirmou. “A luta dela não terminou com a morte dela”,
disse.
Nenhum comentário