Rodrigo Maia diz que Bolsa Família escraviza beneficiários
Presidente da Câmara dos
Deputados afirma que o programa precisa agregar medidas para que a pessoa se
sinta estimulada a sair dele.
O Bolsa Família não é um
"bom programa social", por não ter mecanismos que permitam a
independência de seus beneficiários, afirmou nesta quarta-feira, o presidente
da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
"Criar um programa para
escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde você
inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas
próprias pernas, conseguir um emprego", disse o parlamentar durante
discurso no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington.
Em entrevista depois do
evento, Maia disse que o Bolsa Família gera "dependência", por não
criar uma "porta de saída" para os participantes. "Essa
dependência atrela as pessoas ao Estado."
O deputado defendeu mudanças
que criem obrigações em relação à saúde, educação e saneamento, que levaria as
pessoas as serem "estimuladas a sair do programa".
Em sua opinião, a ausência de
obrigações para os beneficiários os transforma em "dependentes". Maia
afirmou que o Bolsa Família é um programa "liberal" e não de
esquerda, mas criticou a maneira como ele foi implementado pelo PT.
"É engraçado que o Brasil
cresceu tanto no governo do PT e o número de pessoas dependentes do Bolsa
Família aumentou. Tem alguma coisa errada. Se o Brasil está ficando mais rico,
por que há mais pessoas pobres dependentes do Bolsa Família? Essa era uma
distorção grande."
Para ele, a principal questão
em relação ao programa é a porta de saída para seus beneficiários. "Como é
que você dá condições para o cidadão pobre brasileiro, que depende do Bolsa
Família, que o filho dele tenha uma condição de escolaridade, uma condição de
saúde, cursos profissionalizantes para que ele possa sair da dependência e
possa gerar sua própria renda."
Maia admitiu que poderá
disputar a sucessão de Michel Temer caso obtenha números mais elevados nos
levantamentos sobre intenção de voto.
"Hoje não, eu tenho 1%
nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito",
declarou, em resposta a pergunta sobre sua eventual candidatura.
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