Uso de Omeprazol dobra risco de câncer de estômago, diz estudo
Um novo estudo mostrou que o
uso frequente e de longo prazo de antiácidos como Omeprazol, Pantoprazol e
lansoprazol aumentam o risco de câncer de estômago.
Segundo o novo estudo, pessoas
que tomavam diariamente algum antiácido da classe IBP - Omeprazol, Pantoprazol
ou lansoprazol, apresentaram um risco 4,55 vezes maior de câncer de estômago do
que aquelas que tomaram o medicamento apenas 1 vez por semana.
Você é daqueles que sente um
desconforto no estômago e já recorre amedicamentos como Omeprazol, Pantoprazol
e lansoprazol? Se sim, você deveria rever seus hábitos. Um estudo publicado na
terça-feira no periódico científico Gut mostrou que o uso desses medicamentos,
classificados como inibidores de bomba de próton (IBP), aumenta em até 2,4
vezes o risco de câncer de estômago.
Esse tipo de medicamento é
comumente utilizado para tratar refluxo e úlceras estomacais e estudos
anteriores já haviam associado seu uso com câncer de estômago.
Mas essa foi a
primeira vez que essa associação foi confirmada após a eliminação de outras
possíveis causas que poderia contribuir para o desenvolvimento da doença, como
a bactéria Helicobacter pylori, suspeita pelo desenvolvimento da doença.
Na nova análise, segundo os
autores, da Universidade de Hong Kong,
em Hong Kong, e da Universidade College London, na Inglaterra, depois de a
bactéria ser removida com o uso de antibióticos, o risco de câncer de estômago
aumentou na mesma dosagem e duração do tratamento com os medicamentos
anti-refluxo. Apesar dessa preocupação e dos autores estarem convictos da
conclusão, é preciso ressaltar que esse foi apenas um estudo observacional que
não comprova uma associação de causa e efeito.
O estudo
No estudo, realizado por
pesquisadores, da Universidade de Hong Kong, em Hong Kong, e da Universidade
College London, na Inglaterra, 63.000 adultos foram divididos em dois grupos: o
primeiro, composto por 3.271 pessoas tomou um medicamento da classe IBP, e o
segundo, com 21.729 participantes, foi tratado com um remédio conhecido como
H2, que também limita a produção de ácido estomacal, durante três anos.
Os voluntários foram
acompanhados entre 2003 e 2015, tempo de duração do estudo. Nesse período, 153
participantes desenvolveram câncer de estômago. As análises mostraram que
nenhum deles apresentou a bactéria H Pyloru, mas todos tiveram inflamação
estomacal de longo prazo.
Aumento do risco x frequência
do uso
Os resultados mostraram que
enquanto os bloqueadores de H2 não aumentam o risco de câncer de estômago, os
IBPs mais que dobraram a probabilidade da doença. Nas pessoas que tomavam
diariamente algum medicamento IBP, o risco foi 4,55 vezes maior do que aqueles
que ingeriam o medicamento apenas uma vez por semana.
Após um ano de uso de um
medicamento como Omeoprazol, Pantoprazol ou lansoprazol, a probabilidade do
paciente desenvolver câncer de estômago aumentou cinco vezes. Após três anos ou
mais de uso contínuo, o risco aumentou para oito vezes.
“A explicação mais plausível
para a totalidade de evidência sobre isso é que aqueles que recebem IBPs, e
especialmente os que continuam a longo prazo, tendem a estar mais doentes de
várias maneiras do que aqueles para quem esses remédios não foram prescritos”,
disse Stephen Evans, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, na
Inglaterra, ao jornal britânico The Guardian.
Não há motivo para pânico
Apesar dos resultados, segundo
Wai Keung Leung, da Universidade de Hong Kong e líder do estudo, o risco
absoluto de desenvolver câncer de estômago após tomar algum desses anti-ácidos
é pequeno. Portanto, Não há motivo para pânico. “Algumas pessoas têm um grande
benefício com o uso desses medicamentos e não quero desencorajá-las”, disse ao
jornal americano The New York Times.
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