Delator da JBS foi expulso de casa após gravação com Joesley
Em depoimento, Saud diz que a gravação com Joesley
foi acidental e o levou a um entrevero familiar.
Preso por ordem do ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de ter omitido provas e atuado em
parceria com o ex-procurador Marcello Miller na delação premiada da JBS, o
diretor de Relações Institucionais da empresa Ricardo Saud foi expulso de casa
pela esposa assim que foi descoberto que ele protagonizou, ao lado de Joesley
Batista, um controverso áudio em que fala como se aproximar do procurador-geral
Rodrigo Janot, gravar ministros do STF e se beneficiar de um suposto jogo duplo
de Miller. Os áudios foram revelados com exclusividade por VEJA.
Embora, ao longo de quatro horas de conversa, Saud
e Joesley ironizem políticos e insinuem que têm mais provas a serem reveladas,
um ponto específico do diálogo entre os dois deve ter sido o estopim para o
entrevero familiar do diretor da JBS. A certa altura, os dois debatem, sem
pudores, sobre mulheres, encontros, carros e, em tom de bravata, sobre a vida
privada de autoridades.
Em depoimento ao Ministério Público Federal no dia
7 de setembro, Ricardo Saud falou dos dessabores familiares que têm passado
após a revelação do áudio. “A gravação foi acidental e em decorrência dela a
esposa pôs o depoente para fora de casa”, registra o termo de depoimento do
diretor da JBS ao MP.
Ao longo das investigações que abalaram o governo
de Michel Temer, Saud apareceu, em conversas telefônicas, discutindo a
necessidade de se casar para que a futura esposa eventualmente pudesse ter um
visto americano caso ele e os demais delatores da JBS se mudassem para os
Estados Unidos.
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