Sem doação empresarial, sistema eleitoral ficou com “pé quebrado”, diz Gilmar Mendes
O presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, defendeu hoje (24) as
discussões em torno da volta de doações de empresas a campanhas eleitorais,
argumentando que desde a sua proibição, o sistema ficou com o “pé quebrado”.
Para Mendes, mesmo que
aprovado um fundo público bilionário para custear as eleições, a quantia muito
dificilmente seria suficiente para custear as campanhas, abrindo espaço para
fraudes nas doações.
A comissão especial de reforma
política na Câmara chegou a estipular o valor de R$ 3,6 bilhões para um fundo
público destinado a custear campanhas eleitorais, recuando após a repercussão
negativa da população.
O ministro destacou que, com
base em dados passados, as campanhas somente para deputados federais teriam o
potencial de custar mais de R$ 5 bilhões. Para ele, as doações por empresas
poderiam voltar, “desde que devidamente disciplinado e impondo limites”.
“O fato é que estamos hoje com
sistema imperfeito. A doação de pessoas físicas não é suficiente. Os recursos
públicos também parecem não ser suficientes”, disse Mendes. “O sistema hoje
está de pé quebrado, é preciso encontrar uma maneira de sanar.”
Ele reiterou suas críticas ao
modelo de doações somente por pessoas físicas, que considera ser favorável a
fraudes. Segundo Mendes, nas eleições municipais de 2016, as primeiras sem as
doações por pessoas jurídicas, há suspeitas de fraudes nas transações de cerca
de 300 mil das 730 mil pessoas que doaram.
Nenhum comentário