‘Não é terceirização, é serviço especializado’, diz ministro
Ronaldo Nogueira (PTB),
ministro do Trabalho, esteve em Porto Alegre para falar sobre a reforma
trabalhista e criticou o uso do termo 'terceirização'
A reforma trabalhista que
entrará em vigor em novembro liberou a terceirização de funcionários para
atividade-fim. Porém, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), defende
que o uso do termo “terceirização” seja substituído no dia a dia dos
trabalhadores. “Queremos mudar esse conceito. Não é terceirização, é serviço especializado
dentro de uma cadeia econômica”, disse Nogueira, em palestra no Sindha
(Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região), na manhã
desta segunda, na capital gaúcha.
“O próprio trabalhador parece
que está em um degrau abaixo. Ele diz com tristeza: ‘eu sou terceirizado’. São
algumas expressões que se utiliza e que, lá no subconsciente, podem não
produzir bons fluidos. Precisamos de todos os brasileiros motivados querendo
ser prestigiados pelo seu mérito, pela sua capacidade de produção”, disse o
ministro.
“Terceirização” não é o único
termo que o titular do ministério do Trabalho não aprova. “Por exemplo, patrão
e empregado. Não é bom usar mais. A quem interessa dividir? A quem interessa
fazer essa separação? Às vezes de uma forma inocente a gente contribui usando
essas expressões”, disse o gaúcho, que é deputado federal licenciado.
À imprensa, o ministro
garantiu que o governo está elaborando uma Medida Provisória (MP) para
modificar a liberação do trabalho gestantes em locais insalubres, que antes era
proibido. Nogueira também disse que não há chance de que o imposto sindical
seja retomado.
O titular do ministério do
trabalho aposta na reforma trabalhista como uma forma de geração de empregos e
maior concorrência no mercado. “Quero ver os senhores desesperados disputando
talento”, disse à plateia formada por empresários. “Hoje, muitas crianças
acordam com fome porque o pai e a mãe não têm um emprego. Não conseguem ser os
provedores, pagar o aluguel, o gás. Esse é o Brasil de fato, não o da
publicidade”, falou sobre as consequências do desemprego.
Sistema
antifraude
O ministro projeta que até o
final deste ano sejam economizados 1,2 bilhões de reais em pagamentos indevidos
de seguro desemprego através do sistema antifraude do órgão. No primeiro
semestre, já foram economizados 557 milhões de reais em seguros indevidos.
Segundo ele, em 2016 foram pagos 37 bilhões de reais em seguro desemprego.
Aplicativo
substitui ida ao Sine
Nogueira destacou ainda o
lançamento do aplicativo para celular Sine Fácil, que contabiliza mais de 100
mil downloads e ajuda a diminuir as filas nas unidades do Sine (Sistema
Nacional de Emprego). Com o aplicativo, os trabalhadores não precisam se
deslocar ao Sine para realizar cadastro em busca de emprego. Tudo pode ser
feito de maneira digital e o aplicativo cruza dados de vagas abertas com o
perfil do candidato e até o Cep para que o trabalho possa ser mais perto da
residência do candidato.
O aplicativo também permite acompanhar a situação do
benefício do seguro desemprego.
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