Palocci prepara bomba contra Lula e o PT
Antonio Palocci,
ex-ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma, está preparando o roteiro
da colaboração premiada que vai fazer nos próximos dias. Ele quer deixar a
prisão em Curitiba, onde está desde setembro do ano passado e para isso
compromete-se a delatar o ex-presidente Lula, que até recentemente era um dos
seus maiores amigos. Vai entregar também esquemas de corrupção que envolviam a
venda de Medidas Provisórias para bancos e grandes empresas brasileiras.
Com o acordo proposto à Lava Jato, Palocci quer cumprir pena de somente
um ano em prisão domiciliar. Uma punição levíssima, para um petista acusado de
ter recebido R$ 128 milhões de propinas da Odebrecht para repasses ao PT. Além
disso, o ex-ministro, identificado como “italiano” no departamento de propinas
da Odebrecht, era o responsável por movimentar uma conta secreta da empreiteira
em nome de Lula, que atendia pela alcunha de “amigo”, e que chegou a ter R$ 40
milhões à sua disposição, atesta a Isto É.
Dinheiro vivo para Lula
O ex-ministro já confirmou aos procuradores da República de Curitiba que vai
mesmo delatar Lula. Deve explicar as circunstâncias em que movimentou os R$ 40
milhões “destinados para atender as demandas” do ex-presidente, como revelou o
empreiteiro Marcelo Odebrecht em depoimento ao juiz Sergio Moro. Desse total,
pelo menos R$ 13 milhões foram sacados em dinheiro vivo para o ex-presidente
petista pelo sociólogo Branislav Kontic, assessor do ex-ministro. Palocci vai
detalhar também a divisão de propinas na criação da empresa Sete Brasil, em
2010. Esse negócio gerou subornos da Odebrecht no valor de R$ 51 milhões e,
segundo o ex-ministro, Lula teria ficado com 50% desse valor. Ele vai contar
ainda como foi a captação de R$ 50 milhões junto à Odebrecht para Dilma em
2009, com a participação do ex-ministro Guido Mantega, com ajuda de Lula. Esse
dinheiro deveria ter sido usado na campanha de 2010, mas Dilma usou somente na
campanha de 2014.
Além de Lula, Palocci já contou aos procuradores que vai detalhar como
funcionava a venda de Medidas Provisórias para grandes bancos. Ele vai dar o
nome de ao menos 20 empresas que pagaram subornos ao PT. Esses grupos teriam se
beneficiado de esquemas de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf). Outro grupo que está na alça de mira das delações de Palocci é
o empresário Abílio Diniz. O ex-ministro vai contar os bastidores de como o
grupo de Diniz manobrou para levar vantagens na disputa que enfrentou com o
grupo francês Casino pelo controle do Pão de Açúcar. Os detalhes da delação
estão sendo tratados por seus advogados Adriano Bretas e Tracy Reinaldt.
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