Polícia acaba com o “feirão” de drogas em ação na Cracolândia e Secretário de Dória diz que não existirá mais Cracolândia
Após megaoperação
policial na manhã deste domingo, o prefeito João Doria anunciou o fim do
programa Braços Abertos, da gestão de seu antecessor, Fernando Haddad (PT), e o
secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará
disse que "não vai ter mais cracolândia".
"Eles
[traficantes e dependentes químicos] não vão voltar pra cá", disse Sabará.
Os usuários de crack que estavam na região no momento da ação policial seguem
espalhados no entorno, como nas praças Júlio Prestes e Princesa Isabel.
Doria
decretou o fim do programa social de Haddad, como já havia anunciado que faria,
mas manterá ações do projeto extinto, como auxílio ao dependente químico com
emprego, moradia e redução de danos, sob o guarda-chuva de um novo programa,
batizado Redenção.
"Não
haverá mais pensão ou hotel, nenhuma acomodação desse tipo. Toda a área sofrerá
uma amplo projeto de reurbanização", disse Doria. Como balanço da
ação desta manhã, que envolveu mais de 500 policiais, helicópteros e bombas na
região da cracolândia, o prefeito elogiou: "sem vítimas, sem violência,
com muita eficiência da força policial". Foram presas 38 pessoas, 28 delas
no chamado "fluxo".
Segundo o
secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, a região será revitalizada e
será feito policiamento ostensivo para evitar que os dependentes químicos
voltem a ocupar as ruas da área. "Será feito o acolhimento e eles serão
enviados para os centros de tratamento", disse.
Ainda
segundo o secretário, os hotéis que servem como base para o tráfico na alameda
Dino Bueno serão demolidos.
TROCA DE
PLACA
o
secretário Filipe Sabará retirou, com um funcionário da prefeitura, a placa que
identificava a tenda do Braços Abertos para atendimento a usuários de drogas na
cracolândia. A ideia de Doria é dar nova roupagem a ações sociais voltadas
a dependentes químicos da região.
A
hospedagem e a remuneração por trabalhos como varrição serão preservadas, desde
que os usuários se comprometam a fazer tratamentos de desintoxicação ligados ao
Recomeço, programa da gestão estadual, de seu correligionário Geraldo
Alckmin.Os programas da prefeitura da cidade e do Estado para dependentes de
crack se notabilizaram nos últimos anos por terem princípios
conflitantes. O Recomeço, criado em 2013 por Alckmin, propõe tratamentos
por internação, às vezes involuntária, e passagens por comunidades
terapêuticas.
Já o de
Haddad, do início de 2014, preconizava a redução de danos: o dependente deve
diminuir o consumo das drogas enquanto aumenta sua autonomia, por meio da
oferta de emprego e moradia, muitas vezes na própria região.
Apesar de
avanços lentos e pontuais, ambas as ações vinham sendo alvo de críticas, pela
impressão de que mesmo com eles, pouco mudou na ocupação do centro de São Paulo
por usuários e traficantes de crack.
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