Palocci comandava os contatos de Lula com empresários para pedir propinas, afirma Delcídio em delação
Ex-líder do governo Dilma Rousseff no
Senado e delator da Operação Lava-Jato, Delcídio do Amaral afirmou aos
procuradores da força-tarefa em Curitiba que o ex-ministro da Casa Civil e da
Fazenda Antonio Palocci atuava como ponte do governo com empresários e
priorizava o abastecimento de campanhas políticas.
“Antonio Palocci tinha uma tarefa bem
determinada: fazer a ponte entre o governo e os empresários, alimentar as
estruturas de poder (as campanhas). Era a prioridade de Antonio Palocci”, disse
o ex-Senador Delcídio em depoimento
prestado no dia 11 de outubro.
Segundo Delcídio, quando Palocci
assumiu o Ministério da Fazenda com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em
2002, o então ministro “consolidou sua posição forte, não apenas perante o
Partido dos Trabalhadores, mas também em relação aos partidos aliados; que a
partir desse instante, Palocci passou a ter um expressivo contato com os
empresários (...) que a partir daí, Antonio Palocci passou a ser o principal
interlocutor do presidente Lula”.
O ex-senador contou ainda aos
investigadores que, mesmo após ter saído do governo, Palocci “continuou a ser
uma pessoa muito influente no governo”. Palocci acabou se envolvendo no
escândalo da quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa, que fez denúncia de
ter visto o então ministro em uma casa em Brasília usada por lobistas para
fazer reuniões.
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