Mentira espalhada no Facebook afirma que o deputado
federal estará à frente do filme 'Jesus a diva da mentira'
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) é alvo de
uma notícia falsa disseminada nos últimos dias em alguns grupos do Facebook. A
lorota afirma que Wyllys estreou como diretor de cinema à frente de um filme
chamado “Jesus a diva da mentira”, que seria financiado com recursos angariados
via Lei Rouanete cujo tema seria a “homossexualidade de Jesus e de seus
apóstolos” e “as mentiras do cristianismo”.
Veja abaixo a reprodução do boato:
Para começo de conversa, a internauta que criou o
boato errou a grafia do nome da lei que permite a captação de recursos de
renúncia fiscal por projetos culturais: o correto é “Rouanet”, e não “Renaut”.
Dito isso, o principal elemento a atestar a
falsidade da informação é que, pesquisando pelo nome do suposto filme no
sistema de consultas da Lei Rouanet, o Versalic, não há nenhum resultado:
Ao pesquisar também o nome do deputado federal, o
único projeto encontrado é o documentário “Tempos de Jean Wyllys”, que,
conforme a descrição no portal, “registra a trajetória do deputado Jean Wyllys,
a mais bem acabada mistura brasileira de cultura pop e ativismo político, num
momento peculiar de sua história”. O projeto, proposto pela produtora
paulistana Lente Viva Filmes em 2014, não foi selecionado para captar recursos
via Lei Rouanet.
Já a imagem de uma suposta cena do filme, também
incluída na notícia falsa, é, na verdade, Nattvarden, uma das doze fotos da
mostra Ecce Homo, da fotógrafa sueca Elisabeth Ohlson Wallin, que gerou
polêmica ao criar uma versão do quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, em
que Jesus Cristo e os apóstolos são retratados como travestis.
Procurada pelo Me engana que eu posto, a assessoria
do deputado Jean Wyllys afirma que “trata-se de uma estupidez”. “Não existe
filme, nem Lei ‘Renaut’, e o deputado não tem planos de se dedicar ao cinema, a
não ser como apresentador de ‘Cinema em outras cores’, programa de TV que
realiza no CANAL BRASIL”.
A assessoria de Wyllys lembra outros boatos de que
ele foi alvo, como os de que ele iria embora do Brasil depois do impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff, pediu alterações em trechos da Bíblia e quer
instaurar a religião islâmica nas escolas. “Nosso mandato repudia essa maneira
suja e desonesta de se fazer política que, em vez de debater ideias, argumentos
e projetos, recorre à mentira e à difamação”, conclui.
Fonte: http://veja.abril.com.br