Empresário é acusado do crime de obstrução de
Justiça por ter tentado comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, a mando do
presidente Michel Temer (PMDB).
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
pediu ao Supremo Tribunal Federal que encaminhe para a 13ª Vara Federal de
Curitiba os processos referentes ao empresário Joesley Batista, dono da JBS, e
Ricardo Saud, diretor de relações institucionais do grupo.
Os dois estão presos desde domingo, depois que
Janot pediu a prisão de ambos em decorrência de áudio em que eles admitiam que
haviam omitido informações no acordo de colaboração premiada. Ambos são
acusados agora do crime de obstrução de Justiça por causa dos pagamentos
indevidos para evitar que o doleiro Lúcio Funaro firmasse acordo de delação.
Temer é acusado de instigar Joesley a pagar, por
meio de Saud, vantagens a Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro. Os três são
denunciados por embaraçar as investigações de infrações praticadas pela
organização criminosa. Apesar da tentativa, Lúcio Funaro firmou acordo de
colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República, que foi homologado
pelo Supremo Tribunal Federal, e as informações prestadas constam da denúncia.