O prefeito de São Paulo, João
Doria (PSDB), se referiu aos manifestantes que picharam o muro de sua casa na
manhã deste sábado (15) como safados e sem-vergonha. “Cercaram a minha casa
hoje, intimidaram a minha família e molestaram o lar de quem lutou pela
democracia e venceu no voto.
Quiseram me intimidar.” O recado foi dado durante
discurso em São Bernardo do Campo, no ABC, onde Doria fez a primeira ação do
projeto de zeladoria Cidade Linda em parceria com prefeitura de um município
vizinho.
Ao lado do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), e do
secretário das prefeituras regionais, Bruno Covas, Doria pintou o gradil que
separa as duas cidades e plantou um pé de manacá.
Doria disse que irá reforçar a
segurança no entorno de sua casa e reclamou que o protesto impediu sua família
de sair de casa por duas horas. “Não se faz manifestação dessa forma. Foi um
ato de covardia.”
Em sua fala, também fez
referência à frase pichada no muro de sua casa, “SP não está a venda”. “A minha
consciência não está a venda. Eu não vendo a minha honestidade. Eles têm preço,
nós não temos preço.”
“Desestatizar é não abrir mais
boquinha para os petralhas que não gostam de trabalhar e adoram assaltar o
dinheiro público”, afirmou. Ato contra privatização Cerca de 200 manifestantes
do grupo “Levante Popular da Juventude” compareceram à residência do prefeito,
no Jardim Europa, na zona oeste, por volta das 9h30.
O muro da casa foi pichado
com a inscrição “SP não está à venda”. O protesto foi marcado por gritos de
ordem contra os projetos de desestatização, que são uma bandeira da gestão
Doria. A dada altura, os manifestantes simularam um leilão de locais como o
estádio do Pacaembu e o parque Ibirapuera, contemplados nos planos do prefeito.
Um estudante de 23 anos foi
detido, suspeito de ter feito a pichação no muro da casa. Críticas ao
ex-presidente Lula Doria voltou a fazer duras críticas ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) durante o evento.
“Nós não estamos aqui para fazer
discurso político, mas já que estamos na divisa de São Paulo com São Bernardo
vale lembrar ao povo que o Lula e a anta da Dilma enterraram o Brasil nesses 13
anos de governo na maior recessão da história do país.”
Aos gritos de “Lula na
cadeia” da plateia, Doria reagiu: “A Justiça já foi feita e vai continuar a ser
feita. [É um recado] aos petistas que não sabem o que é trabalho porque têm
como espelho o Lula, o espelho da vagabundagem, que trabalhou durante oito anos
nessa vida e depois viveu das benesses do poder junto a empreiteiros e
construtoras.” Lula foi condenado por corrupção passiva em primeira instância
nesta semana.
Apesar
de ter dito que “não precisa ser candidato para se expressar” porque foi
eleito, Doria transformou a presença na ação de zeladoria em palanque
eleitoral. “É no voto direto que vamos vencer do Lula, da Dilma e dos outros
sem-vergonha do PT.
Nós não vamos deixar e não vai ser por medida judicial.
Depois de ser condenado pelo voto, Lula vai ser condenado pelo juiz Sergio Moro
a ver o sol nascer quadrado em Curitiba. Antes, vai ser derrotado na urna pelo
voto do povo brasileiro”, disse Doria que foi ovacionado aos gritos de
“presidente” da plateia.